Após filiar ao PSDB o empresário carioca Paulo Marinho, apoiador da campanha de Jair Bolsonaro, o governador João Doria pretende agora patrocinar a candidatura de uma ex-secretária municipal do prefeito Marcelo Crivella (PRB) como nome tucano para à Prefeitura do Rio em 2020.
A estratégia de Doria, que já trabalha para se viabilizar como candidato ao Planalto em 2022 tem dois objetivos: busca investir em um reduto bolsonarista, o Rio, e ganhar espaço em um Estado, o terceiro maior colégio eleitoral do País, no qual os tucanos não têm força.
Marinho, que é suplente do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, já comanda o PSDB no Rio. O nome apoiado pelo empresário e por Doria para disputar a prefeitura fluminense é o da gestora Mariana Ribas, que até o início do mês era secretária de Cultura de Crivella.
Além de Marinho, Doria vem conversando com Gustavo Bebianno, que esteve na semana passada no Palácio dos Bandeirantes. O ex-secretário-geral da Presidência da República está próximo do PSDB, mas também negocia com o DEM.
Em outra frente, Doria comandou a negociação com o deputado Alexandre Frota, que vinha sendo assediado por vários partidos após ser expulso do PSL por criticar Jair Bolsonaro. O governador organizou um grande ato político na semana passada para anunciar a chegada de Frota.
O lançamento da pré-candidatura de Mariana está marcado para o dia 28 de setembro, em um evento que o PSDB esperar dar um tom nacional. A ideia é que o ato tenha a presença, além de Doria, do governador do Rio Grande Sul, Eduardo Leite, do presidente nacional da sigla, Bruno Araújo, e do prefeito de São Paulo, Bruno Covas.
A executiva nacional do PSDB legenda interveio na seção fluminense para, a partir de 2020, alinhá-la à pré-candidatura presidencial de Doria. Em junho, em entrevista ao Estado, Marinho defendeu o nome do governador na disputa pelo Planalto. "Doria tem mais preparo que o capitão".
No sábado, ao jornalO Estado de S. Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso endossou a tática de Doria de distanciar se Bolsonaro e afirmou que se o tucano quer ser candidato, o atual presidente "é adversário".
Na semana passada, no entanto, Doria sofreu um derrota dentro do partido.
No Rio, a escolha de Mariana também gerou críticas. Para tucanos mais antigos, ela é desconhecida do eleitorado e a decisão ignorou o diálogo. A nova direção defende a opção. "Não existe ninguém, não existem quadros (no PSDB do Rio)", diz Marinho, explicando por que Mariana foi convidada. Segundo ele, foi Doria quem deu orientação para que mais jovens e mulheres fossem chamados para a legenda.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo..