Jornal Estado de Minas

Bolsonaro e Macron: entenda como começou a crise entre os presidentes

O comentário foi feito em resposta a um seguidor do Facebook - Foto: Reprodução
Mais que a situação da Amazônia em si, que teve um aumento no número de queimadas registrado nas últimas semanas, o uso das redes sociais pelos presidentes da França, Emmanuel Macron, e do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), acabou iniciando uma crise diplomática entre os dois chefes de estado. Desde a última quinta-feira, os dois trocam críticas e acusações em uma série de posts e entrevistas, que respingaram até nas primeiras damas dos respectivos países.

Tudo começou com a manifestação de Macron pelo Twitter na quinta-feira (22), quando ele convocou os países do G7 a discutirem as queimadas na Amazônia no encontro que ocorreu no fim de semana. “Nossa casa está queimando. Literalmente. A Floresta Amazônica - os pulmões que produzem 20% do oxigênio do nosso planeta - está em chamas. É uma crise internacional”, escreveu o francês.

Pouco depois, Bolsonaro foi à mesma rede dizer que o presidente da França usava tom sensacionalista e estava querendo instrumentalizar uma questão interna do Brasil. O presidente brasileiro afirmou ainda que Macron usou uma foto falsa e tinha uma mentalidade “colonialista” ao querer incluir o tema no debate do G7.




Idiota e cretino x  mentiroso


No mesmo dia, o filho de Bolsonaro que pretende ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos, deputado federal Eduardo Bolsonaro, publicou vídeo dizendo que Macrón era um “idiota”.



No domingo (25), foi a vez do verborrágico ministro da Educação, Abracham Weintraub se referir ao presidente da nação francesa como “cretino” em postagem também no Twitter.

Ele fez alusão à situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso em Curitiba, para dizer “Ferro no cretino do Macrón, não nos franceses…”.



Em meio a essa discussão virtual, Emmanuel Macrón acusou, na sexta-feira (23), Bolsonaro de mentir sobre os compromissos ambientais e disse se opor ao acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. O discurso, no entanto, não encontrou ressonância nos demais líderes do G7.



No domingo, Bolsonaro virou notícia internacional mais uma vez ao reforçar uma piada feita em rede social com Brigitte, a mulher de Macron. Um seguidor do presidente Bolsonaro postou a foto de Brigitte e de Michelle (primeira-dama brasileira), dizendo que Macron o estaria perseguindo por inveja. O presidente do Brasil  respondeu: “Não humilha cara. Kkkkk”. A comparação se referia às idades das duas esposas e dava a entender que Bolsonaro teria vantagem porque a sua era mais jovem.


O tom jocoso com que Bolsonaro se referiu à primeira dama francesa chegou ao conhecimento de Macron, que nesta segunda-feira (26) considerou o brasileiro “extremamente desrespeitoso” e disse lamentar pelos brasileiros.

Bolsonaro, por sua vez, usou o Twitter novamente nesta segunda-feira para acusar Macron de fazer “ataques descabidos e gratuitos à Amazônia”. Segundo, ele, o país não pode aceitar isso “nem que (Macron) disfarce suas intenções atrás da ideia de uma "aliança" dos países do G-7 para "salvar" a Amazônia, como se fôssemos uma colônia ou uma terra de ninguém”.

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