A procuradora Jerusa Viecili, da Força-Tarefa da Operação Lava-Jato, em Curitiba, usou as redes sociais, na noite desta terça-feira (27), para pedir desculpas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por declarações sobre a ex-primeira dama do Brasil, Marisa Letícia.
"Errei. E minha consciência me leva a fazer o correto: pedir desculpas à pessoa diretamente afetada, o ex-presidente Lula", afirmou.
A declaração veio à tona após diálogos obtidos pelo site The Intercept e publicados pelo Uol, que analisou os dados em parceria com a outra empresa jornalística, mostrarem que procuradores ironizaram a morte da mulher do ex-presidente Lula.
O grupo também teve divergências em relação à autorização para que o petista deixasse a prisão em Curitiba para ir ao enterro do irmão Genival Inácio Lacerda, de apelido Vavá, em janeiro do ano passado.
Segundo as conversas, já no dia 24 de janeiro de 2017, quando Dona Marisa foi internada, o procurador Deltan Dallagnol comentou que a ex-primeira dama chegou ao hospital Sírio Libanês quase em estado vegetativo. O colega Januário Paludo respondeu: “Estão eliminando as testemunhas”.
Quando Marisa teve a morte cerebral confirmada, a procuradora Laura Tessler disse que quem fosse para a próxima audiência com Lula deveria se preparar uma sessão de vitimização. A colega Jerusa Viecilli questiona: “Querem que eu fique pro enterro”?
O grupo então comenta a declaração do petista, de que a mulher teria morrido por tudo o que ocorreu com ele, pelas acusações da Lava-Jato ao casal. E Laura Tessler diz que só faltava dizer que a Lava-Jato “implantou um aneurisma na cabeça da mulher”. Januário Paludo diz estar com a “pulga atrás da orelha” sobre a doença e Deltan diz ser “bobagem total” e que ninguém dá ouvidos a Lula.
Já o procurador Antonio Carlos Wetler afirma ter esperança que a imprensa ‘caia de pau’ em Lula pelo uso político da morte da mulher e finaliza: “A morte da Marisa fez uma mártir petista e ainda liberou ele pra gandaia sem culpa ou competência política”, disse.
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