Com aval do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga operações feitas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) blindaram o ministro da Economia, Paulo Guedes, e têm ignorado pedidos relacionados ao ministro, incluindo sua convocação, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.
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O jornal apurou que Maia foi consultado sobre o pedido de convocação de Guedes, mas o presidente da Câmara sugeriu que não era o momento para avançar com o requerimento.
"Não podemos fazer da CPI um palco político. Não há tempo hábil para ouvir o ministro e ele não tem relações com os fatos que estão sendo apurados", afirmou o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), que comanda o colegiado.
Maia e Guedes se aproximaram durante a votação da reforma da Previdência. O presidente da Câmara foi um dos principais fiadores da proposta, que é considerada a principal bandeira do governo de Jair Bolsonaro na área econômica. Os dois, agora, têm se reunido em busca de um consenso para aprovar a reforma tributária.
Na terça-feira, 27, em audiência da CPI, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, disse desconhecer o envolvimento do ministro da Economia com supostos investimentos em fundos de pensão de estatais e recursos do banco oficial de fomento. Montezano afirmou que só conhecia o assunto pela imprensa, mas disse que está aberto a apurações.
Os advogados de Guedes afirmaram ontem, em nota, que os fundos administrados pela gestora da qual o ministro foi sócio "cumpriram rigorosamente as obrigações impostas pelos órgãos reguladores". A defesa acrescentou que, ao assumir o cargo no governo, Guedes teve aval da Comissão de Ética da Presidência da República.
Cronograma
Os trabalhos da CPI do BNDES estão previstos para ocorrer até 22 de setembro. De acordo com Macris, o relatório final deve ser apresentado até o dia 3. "Nós daremos resultado. Temos uma CPI que vai buscar CPF, vai buscar nomes para poder apontar responsabilidades", afirmou Macris.