Morreu aos 88 anos o embaixador Orlando Soares Carbonar, na última sexta-feira, 23. Um dos responsáveis pelo Tratado de Itaipu, que estabeleceu as regras para o uso da hidrelétrica binacional por Brasil e Paraguai, Carbonar dedicou-se por mais de 30 anos à diplomacia e conciliou o trabalho em alguns dos cargos mais altos da carreira no Itamaraty com um perfil discreto.
Nascido em Guaragi, atualmente um distrito de Ponta Grossa, no Paraná, Orlando Carbonar foi diplomado em 1952 pela Universitá Italiana per gli Stranieri de Perugia, na Itália, e se formou em Ciências Jurídicas na Universidade do Paraná. Nesse período, trabalhou no jornal Gazeta do Povo, de Curitiba.
Ingressou na carreira diplmática em 1961, e no ano seguinte fez um estágio na Academia de Direito Internacional de Haia, na Holanda. Até 1994, serviu nas embaixadas de Washington, Genebra, Caracas, Assunção e Roma - nas três últimas, como embaixador.
"Carbonar será lembrado por sua competência a dignificar o serviço público", descreve o embaixador Sergio Telles. "Disponível para quaisquer desafios, como o de intermediar o resgate de reféns da guerrilha colombiana."
Após participar das tratativas que resultaram no acordo entre Paraguai e Brasil, foi o representante do Ministério das Relações Exteriores no conselho de administração da Itaipu Binacional de 1979 a 1983. No mesmo período, foi também chefe de gabinete do chanceler Ramiro Saraiva Guerreiro.
"Dizia, quando perguntado pelos familiares, que não escreveria memórias, pois 'o que era interessante não poderia escrever e o que podia escrever não era interessante'", escreve o filho Afonso Carbonar, que é embaixador em Roma.
Orlando deixa a esposa, Alcina, e três filhos.
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