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Estado de Minas

Queiroz demitiu ex-mulher de miliciano para proteger Flávio Bolsonaro

A ação ocorreu no mesmo dia em que foi ao conhecimento do público que os ex-assessor era alvo de uma investigação


postado em 05/09/2019 14:42

(foto: Reprodução)
(foto: Reprodução)
Reportagem veiculada pelo jornal O Globo informa que investigações do Ministério Público do Rio mostram que o ex-assessor Fabrício Queiroz demitiu a ex-mulher de um miliciano que era funcionária de Flávio Bolsonaro na tentativa de evitar uma vinculação entre o gabinete do deputado e o criminoso.

 

A ação ocorreu no mesmo dia em que foi ao conhecimento do público que Queiroz era alvo de uma investigação por ter realizado movimentações milionárias. Em 6 de dezembro de 2018, o ex-assessor comunicou a Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega de sua exoneração do gabinete de Flávio Bolsonaro, a conversa aconteceu via Whatsapp. Danielle é ex-mulher de Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como Capitão Adriano.

 

Na conversa, Queiroz explica que o desligamento estava relacionado a uma investigação que ele e Flávio eram alvo. O ex-assessor confirmou o diálogo e afirmou, através de seus advogados, que os "diálogos tinham como objetivo evitar que se pudesse criar qualquer suposição espúria de um vínculo entre ele e a milícia".

 

Queiroz ainda pediu que Danielle evitasse utilizar o sobrenome do ex-marido. A funcionária então respondeu que já se encontrava em outra relação conjugal e não utilizava mais sobrenome "Nóbrega". Insatisfeita com a perda do salário que recebia por conta do cargo no gabinete, Danielle perguntou se poderia receber algum tipo de ajuda. Queiroz respondeu orientando que o assunto não deveria ser tratado por telefone.

 

Quando as mensagens foram trocadas, formalmente, Queiroz já havia deixado o cargo no gabinete de Flávio Bolsonaro e a investigação contra o ex-marido de Danielle, "Capitão Adriano", ainda não era pública.

 

O Ministério Público afirma que o salário recebido por Danielle funcionava como um tipo de pensão alimentícia, já que não existem indícios de que as funções de assessora parlamentar fossem exercidas. Apesar de ter permanecido entre a lista de contratados do gabinete por mais de 10 anos e receber R$ 6.490,35, Danielle nunca teve crachá na Alerj.

 

A conversa foi obtida através do celular de Danielle, apreendido pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio, durante a Operação “Os Intocáveis”, desencadeada em 22 de janeiro.

 

A defesa de Queiroz afirmou acreditar que ele sofre uma perseguição e que "a senhora Danielle foi convidada por ele a participar do gabinete em razão do trabalho social relevante do qual participa".


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