Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Guedes: lamento profundamente a brincadeira de mau gosto que fiz ontem


O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira, 6, "lamentar profundamente" a "brincadeira de mau gosto" que fez na quinta-feira, 5, numa referência à forma como se referiu à primeira-dama da França, Brigitte Macron. "A mulher é feia mesmo", disse Guedes ontem, para em seguida afirmar que "não existe mulher feia".

Em um evento em Fortaleza na quinta-feira, Guedes reconheceu que o presidente Jair Bolsonaro chamou a esposa do presidente francês, Emmanuel Macron, de feia e concordou com a afirmação, durante um trecho de seu discurso em que reclamava do que chamou de excesso de atenção para as falas e os "modos" do presidente Bolsonaro.

Em entrevista coletiva, no Rio, nesta sexta-feira, Guedes ressaltou o contexto em que fez a "brincadeira de mau gosto". Para o ministro, o excesso de atenção às declarações de Bolsonaro desvia a atenção da opinião pública, que deveria estar sendo informada, segundo Guedes, dos progressos que o País tem tido na área econômica.

"Lamento profundamente a brincadeira de mau gosto que fiz ontem (quinta). Foi brincadeira de profundo mau gosto, que só posso lamentar", afirmou Guedes, no Rio, para em seguida voltar a elencar exemplos de tantas coisas "importantes" que estão acontecendo. "E está todo mundo falando sobre o que o presidente (Bolsonaro) falou da Bachelet e da mulher o Macron", afirmou Guedes.

Após corroborar comentário na internet que chamava Brigitte Macron de feia, nesta semana, Bolsonaro atacou a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, atualmente alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, e o pai dela, Alberto Bachelet, torturado e morto pela ditadura de Augusto Pinochet. Bolsonaro exaltou o golpe militar no país vizinho.

Ao reforçar o contexto em que fez a "brincadeira" sobre a primeira-dama francesa, Guedes criticou a forma como sua declaração foi reproduzida em órgãos de imprensa. Segundo o ministro, também faltou contextualização na cobertura jornalística sobre as críticas de Macron ao desmatamento na Amazônia.

"Será que o Macron falou de desmatamento porque tem intenções protecionistas populistas em relação a sua agricultura?", questionou Guedes, frisando, porém, que ele, como ministro, não poderia responder à pergunta ou lançar dúvidas sobre as intenções do presidente francês, mas que caberia a uma "mídia sofisticada e informada" suscitar o questionamento..