O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM), é favorável a emenda para impedir que magistrados de primeira instância determinem medidas contra políticos como prisão, quebra de sigilo bancário e telefônico e mandados de busca e apreensão. Segundo ele, é preciso evitar "influência emocional" na decisão de juízes.
Conforme o jornal O Estado de S. Paulo mostrou nesta terça, parlamentares pretendem, com o aval de Maia, incluir o dispositivo na proposta de emenda à Constituição (PEC) que limita o foro privilegiado a apenas cinco autoridades: presidente da República, vice e presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal.
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Atualmente, deputados e senadores, por exemplo, só possuem prerrogativa de foro perante o Supremo para crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo. Governadores, por sua vez, são julgados nessas condições pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Se a proposta da Câmara for aprovada, na prática, parte desse entendimento será revista e a manobra permitirá que políticos com mandato mantenham parte dos privilégios.
Nos bastidores, parlamentares dizem que a alteração na PEC é para evitar que juízes de primeira instância, como Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio, ou Luiz Bonat, em Curitiba, determinem a prisão de deputados e senadores ou mesmo outras medidas cautelares, como afastamento de mandato, uso de tornozeleiras eletrônicas e confisco de bens.
Maia disse que a mudança não seria um "retrocesso".
Apesar da restrição do foro para parlamentares determinada pelo STF, a decisão sobre a quem cabe julgar um deputado ou um senador, no entendimento de ministros da Corte, ainda precisa passar por tribunais superiores. Desta forma, caso a emenda seja aprovada, caberá a um ministro do Supremo decidir se aceita ou não uma medida cautelar contra algum deputado ou senador.
"Estamos construindo um texto para a gente tentar votar o mais rápido possível", disse Maia. A maior resistência a acabar totalmente com o foro privilegiado está no chamado Centrão - bloco informal formado por PP, PL, DEM, Solidariedade e Republicanos - e no PT. Um líder de partido disse ao jornal que, sem o dispositivo, a PEC não vai nem a votação..