Deputados e senadores governistas se organizaram, nos últimos dias, para barrar a criação de duas comissões parlamentares de inquérito no Congresso. A CPI da Lava-Toga no Senado, para investigar a atuação de ministros do Supremo Tribunal Federal, e a da Vaza-Jato na Câmara - articulada pela oposição para apurar as conversas entre o então juiz Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato - preocupam o Planalto porque há o temor de que as investigações possam respingar no governo e em aliados.
Leia Mais
'Uma CPI toca fogo no país', diz Flávio Bolsonaro sobre a Lava-Toga e é cobrado por seguidoresJean Wyllys vai lecionar em Harvard sobre fake news e discurso de ódioEm vídeo, Maia apoia Glenn Greenwald e comenta vazamentos de agentes públicosEntre vaias e aplausos a Bolsonaro, parlamentares são premiados e dançam funkOlímpio afirmou mais tarde que não sairá do PSL porque foi convencido por pessoas próximas a permanecer no partido. "Vou continuar apoiando o presidente Bolsonaro e as pautas do governo. Não vejo o presidente tomando posição contra a Lava Jato.
A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) foi uma das que pediram para Selma e Olímpio continuarem no PSL. E minimizou o movimento de Flávio. "Estou pedindo para todo mundo se perdoar, parar de brigar e esperar a poeira abaixar." Para ela, Flávio tentou barrar a CPI por entender que a investigação atrapalharia o governo do pai.
Na avaliação da deputada Carla Zambelli (PSL-SP), a CPI vai enfraquecer tanto o Legislativo quanto o Judiciário. "E não vai acontecer o que é preciso, de fato, que é a saída dos ministros." Para ela, a discussão está concentrada no fato de Flávio ter sido o único senador do PSL a não assinar o pedido de criação da comissão. "Acham que a assinatura do Flávio é a mesma coisa que uma assinatura do presidente Jair Bolsonaro. E não é."
Já o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) afirmou que, apesar da movimentação interna no partido para esvaziar as duas CPIs, ele vai continuar defendendo a da Lava Toga.
Em relação à CPI da Vaza-Jato, a bancada do PSL é uníssona em defender seu enterro, sob o argumento de que foi proposta pela oposição e tem o objetivo de investigar denúncias de que a força-tarefa da Lava Jato teria cometido irregularidades. Mas há também preocupação de que as investigações possam enfraquecer pilares do governo, como o ministro Sérgio Moro, que foi juiz da operação.
Fake News
O governo tem trabalhado ainda contra a CPI das Fake News, que apura denúncias de utilização das redes para difamar candidatos nas eleições de 2018. Flávio questionou qual seria o fato determinado para a criação da CPI. O presidente da comissão, Angelo Coronel (PSD-BA), argumentou que o objetivo é "investigar ataques cibernéticos que atentam contra a democracia". Flávio respondeu: "Totalmente amplo, não é?".