O senador Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo Bolsonaro no Senado, está na mira da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (19). As buscas foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso.
A operação é realizada no Congresso Nacional e investiga denúncia de desvio de dinheiro público de obras da Região Nordeste quando Bezerra era ministro da Integração Nacional no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Na época, Bezerra era filiado ao PSB e estava entre os nomes de confiança do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos.
Leia Mais
Defesa de Fernando Bezerra diz que decisão sobre bloqueio 'não se sustenta'Senador Fernando Bezerra dá parecer favorável a reajuste a ministros do STFSegunda Turma do STF arquiva inquérito contra senador Fernando Bezerra Coelho Bolsonaro confirma ida a ONU e diz que fará discurso objetivo para desfazer mal entendidos Bezerra diz que colocou à disposição cargo de líder do governo no SenadoBalanço dos 200 dias de governo BolsonaroBezerra foi escolhido líder do governo Bolsonaro em 20 de fevereiro de 2019. Como ministro da Ingregração Nacional, entre 2011 a 2013, o pernambucano foi responsável por parte do projeto de transposição do Rio São Francisco e por outras obras hídricas importantes no país.
Outras investigações
Não é a primeira vez que o senador é alvo da Polícia Federal. Em 2014, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou que a empresa Camargo Corrêa entregou propina a Fernando Bezerra. A denúncia serviu como base para a Operação Turbulência da Polícia Federal, que também tinha o senador como alvo.
Em 3 de outubro de 2016, Fernando Bezerra foi denunciado na Operação Lava-Jato pela Procuradoria-Geral da República pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de receber propina de cerca de R$ 41 milhões.
Ao todo, o senador é alvo de cinco inquéritos, dois deles por supostos crimes contra a lei de licitações quando era prefeito de Petrolina, dois do período em que era secretário estadual e um da época em que foi ministro.
Defesa
Em nota, a defesa do senador afirmou estranhar a operação. "Causa estranheza à defesa do senador Fernando Bezerra Coelho que medidas cautelares sejam decretadas em razão de fatos pretéritos que não guardam qualquer razão de contemporaneidade com o objeto da investigação.
A única justificativa do pedido seria em razão da atuação política e combativa do senador contra determinados interesses dos órgãos de persecução penal", diz o advogado André Callegari..