O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), criticou nesta quinta-feira, 19, indiretamente, o presidente Jair Bolsonaro ao dizer que a política brasileira ainda não abandonou o palanque das eleições do ano passado. "Na medida em que a política permanece polarizada, o Brasil perde", afirmou o governador, em palestra durante a mesa de abertura do Fórum Nacional, organizado pelo economista Raul Velloso, no Rio.
Witzel já anunciou que pretende concorrer à Presidência em 2022 e tem causado intrigas no PSL de Bolsonaro. O governador ressaltou, pelo segundo dia seguido, o suposto projeto nacional que ele teria para tocar.
"Precisamos unir o País num projeto de Nação", disse Witzel, na palestra. Antes, o governador já havia declarado que o PSC tem um projeto de Brasil.
Como símbolo da união que prega, Witzel sugeriu um aperto de mão com o petista Wellington Dias, governador do Piauí, que participou do evento a seu lado. O gesto de conciliação é uma forma de se desvencilhar do radicalismo de Bolsonaro e se posicionar como um candidato mais moderado que o atual presidente - a exemplo do que também vem fazendo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Eleito na esteira do bolsonarismo, Witzel intercalou em sua fala aspectos do Rio com visões nacionais. Apontou, por exemplo, que não basta fazer reformas se não houver projetos para alavancar o crescimento. No âmbito estadual, concentrou-se principalmente na necessidade de estimular o turismo.
No início desta semana, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que preside o partido no Estado, determinou o desembarque da legenda do governo Witzel. A ordem inclui tanto a base aliada na Assembleia Legislativa, a Alerj, quanto cargos na gestão. Até agora, porém, ninguém renunciou. Nesta quarta-feira, 18, Flávio deixou claro que quem quiser continuar como aliado do governador deve se desfiliar do PSL.
A discordância, que até semana passada se limitava aos bastidores, explodiu quando Witzel fez críticas a Bolsonaro em entrevista à Globonews e negou que tenha sido eleito por causa da onda bolsonarista de 2018.
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