Os vencedores do bolão da Mega-Sena filiados ao PT não vão precisar dar o "dízimo", como são batizadas as contribuições que parlamentares e ocupantes de cargos de confiança filiados têm que fazer ao partido. Pelo estatuto petista, quem for membro do PT tem de contribuir com um porcentual de 2% a 20% do salário para ajudar na manutenção da legenda. O prêmio total foi de R$ 120 milhões e cada um dos apostadores deve receber R$ 2,5 milhões.
"Não. O prêmio não entra na regra. Mas quem quiser doar uma parte, será muito bem vindo", afirmou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. A reportagem apurou que uma vencedora que está lotada na assessoria técnica já afirmou que vai doar uma porcentagem.
O porcentual varia de acordo com o valor do salário e é maior para os parlamentares. A cobrança do dízimo pelo PT já foi contestada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que proibiu o desconto na folha de pagamento. Mas o estatuto do partido, alterado em 2007, mantém a obrigatoriedade do pagamento mensal. Os parlamentares inadimplentes ficam sujeitos até a serem expulsos da legenda.
Dos 96 servidores nomeados no gabinete da liderança, apenas um foi deputado: Waldir Damous (PT-RJ). De acordo com dirigentes do partido, ele não participou do bolão.
O grupo que apostou é formado por assessores e funcionários da Câmara. De acordo com dois vencedores, que pediram anonimato, cada cota tinha valor de R$ 10. Assim que saiu o resultado, o grupo saiu comemorando pelo corredor chamando a atenção de quem passava. O prêmio dos petistas é o terceiro maior deste ano e um dos 20 mais altos da história. O maior foi sorteado em maio, para um sortudo que levou R$ 289 milhões.
POLÍTICA