Jornal Estado de Minas

Discurso de Bolsonaro divide opiniões pelo Twitter

- Foto: Twitter/Reprodução
As palavras do presidente Jair Bolsonaro no discurso de abertura da 74ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira, ganharam as redes sociais. A hashtag #BolsonaronaONU atingiu o primeiro lugar entre os assuntos mais comentados no mundo.

O próprio político usou o Twitter para comemorar sua estreia na reunião. Ele foi o primeiro chefe de Estado a discursar no encontro, realizado em Nova York. 

“Na ONU, levei a palavra firme do Brasil, dando voz aos verdadeiros anseios e valores de nosso amado povo. Estamos construindo um país mais próspero, onde a liberdade, a inviolabilidade da nossa soberania e a vontade dos brasileiros são os três alicerces que nos darão sustentação”, escreveu o presidente. 

A equipe do governo também fez questão de parabenizar o chefe. Pelo Twitter, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmou que o discurso do presidente foi “assertivo”.

“Pontos essenciais, soberania, liberdade, democracia, abertura econômica, preservação da Amazônia, oportunidades e desenvolvimento para a população brasileira”, escreveu ele, que foi citado por Bolsonaro como o “símbolo” do Brasil por ter julgado e punido “presidentes socialistas” que o antecederam e desviaram “bilhões de dólares comprando parte da mídia e do parlamento” em busca de um projeto de poder absoluto. 

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, tuitou que o presidente fez um discurso “altivo, corajoso, verdadeiro e soberano”, além de ter reafirmado o compromisso com valores e princípios como a liberdade, democracia, família e liberdade religiosa. “Honrou a tradição brasileira na ONU”, afirmou.

Guru da família Bolsonaro, o escritor Olavo de Carvalho foi enfático. “Excelente discurso”, escreveu na postagem que trouxe um link com o vídeo do discurso. 

Um dos principais aliados do governo no Congresso, o deputado Marco Feliciano (Podemos-SP) classificou o discurso como "histórico". 

"Depois do histórico pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro no dia de hoje, próprio de um estadista, feito diante da Assembleia-Geral das Nações Unidas, nosso Brasil entrou definitivamente para o grupo das nações que ditam os rumos da humanidade! Viva o Brasil", escreveu. 

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) afirmou que 24 de setembro se tornou um “novo” dia da independência do Brasil e o pai “firme, verdadeiro e corajoso” levou ao conhecimento do mundo a pauta vencedora das eleições de 2018.


“Por isso, os derrotados nas urnas estão criticando o discurso libertador, verdadeiro e que ainda fez convite ao mundo para que venham conhecer o Brasil”. 

O outro filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, postou: “Há quanto tempo esperávamos por um presidente que fizesse um discurso desses???”. Ele ainda retuitou postagem do chanceler cubano Bruno Rodríguez P, em que ele diz rejeitar as falas sobre Cuba. 

"Se o chanceler cubano está reclamando é porque foi bom, é nosso comunistômetro. Cuba é a maior escravidão do mundo,seu povo vive de forma miserável, pouquíssimos conseguem denunciar isso ao mundo e ninguém pode sair da ilha sem autorização do gov. Venezuela vai para mesmo caminho”, escreveu. 

Bruno Rodríguez afirmou rejeitar “categoricamente” as “calúnias” ditas pelo presidente brasileiro. “Ele está delirando e anseia pelos tempos da ditadura militar. Ele deveria cuidar da corrupção de seu sistema de justiça, governo e família. Ele é o campeão do aumento da desigualdade no Brasil”. 

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman disse que o discurso foi vazio como Bolsonaro.
“Não trouxe nada de concreto e se resumiu a uma guerra ideológica contra governos, ONGS, militantes e a imprensa. Não apresentou nenhuma solução para o desmatamento na Amazônia. Um completo vexame”.  

- Foto: Twitter/Reprodução
O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Alessandro Molon (PSB-RJ), reclamou que Bolsonaro expôs o Brasil ao mundo como “um país refém de um presidente que sofre de cegueira ideológica, mente, insulta países parceiros e ataca um dos maiores líderes indígenas brasileiros, o cacique Raoni. Que vergonha!”, escreveu. 

Ele referia-se a trecho do discurso em que Bolsonaro citou o líder mundialmente conhecido pela luta a favor da Amazônia. O presidente disse que ele é usado como “peça de manobra” por governos estrangeiros interessados em explorar a região. 

Bolsonaro endossou a crítica por meio de uma carta, lida por ele, e assinada pelo Grupo de Agricultores Indígenas do Brasil, formado por diversas etnias, que afirmam representar lideranças em todos os estados. “Acabou o monopólio da era Raoni", decretou o texto lido pelo presidente. 

Molon também postou uma foto ao lado do cacique, a quem chamou de exemplo de resistência, força e inspiração. 
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