O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta terça-feira, 24, que o grupo de trabalho que analisa o pacote anticrime enviado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, chegue a uma solução para abrandar a forma como foi proposto a ampliação da chamada excludente de ilicitude ou que se retire a questão do projeto.
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Francischini: vamos tentar retomar na CCJ alguns pontos do pacote anticrimePSL abandona grupo de trabalho que analisa pacote anticrimeMaia: pacote anticrime será votado nas próximas semanasCampanha publicitária do pacote anticrime tem custo de R$ 10 milhões Câmara rejeita 'Excludente de ilicitude', conhecido como 'licença para matar'Maia defendeu que é possível combater a violência com outras propostas que não necessariamente uma política de enfrentamento. A polêmica em torno da excludente de ilicitude ressurgiu neste fim de semana com a morte da menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, baleada no interior de um veículo no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira, 20.
O presidente afirmou que seria uma saída, por exemplo, a destinação de parte dos recursos do leilão da cessão onerosa para projetos de proteção das fronteiras do País, para evitar a entrada de armas e drogas. "De repente tem outras políticas que possamos fazer, que serão mais efetivas e não vamos correr o risco de perder vida de vítimas como perdemos esse fim de semana", disse.
Maia lembrou novamente que o projeto do Exército de defesa da fronteira seca do Brasil só investiu R$ 2 bilhões dos R$ 11 bilhões inicialmente previstos. O projeto também deveria ser concluído em 2021, mas já há a previsão de que ele só terminará em 2035, segundo Maia. "Isso deve ser prioridade do Brasil", disse.
Maia afirmou também que os deputados que defendem a excludente de ilicitude poderão apresentar um destaque durante a votação no plenário para retomar essa parte no texto. O destaque, porém, terá que ser aprovado pela maioria dos parlamentares.
Questionado se é a favor ou contra a questão da excludente de ilicitude, ele afirmou que a medida é um instrumento "perigoso".
Maia voltou a defender o trabalho de inteligência e prevenção que as polícias precisam fazer para evitar confrontos para que "a troca de tiro seja no limite para evitar vítimas". Para ele, é preciso haver uma política inteligente para barrar a entrada de armas e drogas no País.
"A gente tem que tomar cuidado porque a nossa prioridade nunca deve ser estimular a violência policial, sabendo que a gente precisa dar os instrumentos para que os policiais trabalhem. Estamos também perdendo muitas vidas de policiais que precisam ser preservadas. Mas não será resolvida no confronto. Será com o enfrentamento da entrada de armas e drogas no Brasil", disse.
De acordo com Maia, o projeto analisado pelo grupo deverá seguir direto para o plenário da Câmara. "Prometi ao ministro que não teria mais comissão especial para não atrasar o projeto", disse..