O discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira, 24, em Nova York, teve um tom "retrógrado" e "conservador", na opinião do doutor em Relações Internacionais Lucas Leite, professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e das Faculdades Integradas Rio Branco.
Apesar de o discurso ecoar entre as principais nações, o que Bolsonaro diz é direcionado, principalmente, para "um público mais seleto dele", diz Leite. "É uma desconstrução do papel que o Brasil sempre teve em multipluralismo, um país que sempre foi tolerante, bem visto; nunca foi um país pária, pelo contrário, pleiteava em pleitos importantes como política ambiental, combate à fome. Agora, a imagem do País fica bem ruim", completa.
"Nós não temos acordo de livre-comércio com a União Europeia e ele não deve sair no contexto atual. Não vão aceitar a entrada [na OCDE] de um país como o nosso, que se contrapõe. Os países europeus são opositores à retórica do presidente", afirma o professor.