Nova York — Enquanto o presidente Jair Bolsonaro discursava na tribuna da ONU, a comitiva francesa, encabeçada pelo presidente Emmanuel Macron, fazia uma reunião a portas fechadas, numa das salas da entidade internacional, com o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), presidente do Consórcio da Amazônia Legal.
Leia Mais
Em entrevista ao SBT, Bolsonaro diz que não há clima para conversar com MacronMacron rebate Bolsonaro: 'Não é lobby, queremos ajudar no futuro da Amazônia'Canal de TV francês publica vídeo de Macron, Piñera e Merkel criticando Bolsonaro“Não acompanhei o discurso, porque chegou a delegação francesa e tive que iniciar a reunião. O que eu entendo é que precisa diminuir o tom de todos os lados. E não estou falando isso agora, falamos com o presidente Bolsonaro e com a equipe dele”, afirmou Góes. “Não vamos abrir mão disso (do diálogo).”
O governador ressaltou ter dito ao presidente Macron que as diferenças entre os presidentes não pode estar acima do projeto. “Vamos trabalhar para que essa relação seja refeita”, destacou o governador, que esteve com representantes da embaixada da França antes da reunião com o líder europeu.
“O Consórcio da Amazônia será interlocutor”, contou. “É preciso que esse tom entre eles seja revisto.
Góes disse que decidiu agir. “Não aceitamos ficar discutindo o futuro da nossa gente sem ouvi-la. Por que ficar fora? Por que a comunidade mundial vai debater sem ouvir a comunidade local? Já somos vítimas de tantas coisas, temos a maior vulnerabilidade social. Não acreditamos em soluções se estivermos fora desse debate, seja com a comunidade nacional, seja internacional.”
O consórcio dos governadores planeja, inclusive, agir sozinho, segundo Góes, caso os governos brasileiro e francês não retornem à boa convivência. “Não vamos abrir mão. Governadores da Amazônia estão certos da importância de dialogar com a comunidade nacional e internacional.