1) Em agosto, o indicado à PGR foi um dos signatários de uma carta da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure), texto flagrantemente fundamentalista, discriminatório! Eu pergunto: O sr não reconhece a minha família? Eu sou doente? pic.twitter.com/1DqFm22g2e
%u2014 Fabiano Contarato (@ContaratoSenado) 25 de setembro de 2019
“Sou delegado de polícia há 27 anos, sou professor de direito há 20, e estou como senador da República. Eu tenho muito orgulho da minha família, eu tenho um filho. O senhor não reconhece a minha família como família? Eu tenho subfamília? Porque essa carta diz isso, senhor procurador. Diz mais, estabelece ‘cura gay’. Eu sou doente, senhor procurador?”, disse Contarato.
“Nós vivemos em uma democracia, e o artigo quinto da Constituição Federal é claro. Todos somos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Sem distinção de raça, cor, etnia, religião, origem, gênero, pessoa com deficiência”, completou o senador.
Na resposta, Aras recuou e disse que não leu o documento. O subprocurador também afirmou que não acredita em nenhum tratamento relacionado à “cura gay”.
“Confesso à vossa excelência que eu não li (a carta). Eu sou um cidadão desse tempo e eu não posso deixar de reconhecer todos os fenômenos sociais e humanos. Respeito muito vossa excelência, tenho amigos e amigas que têm casamento homoafetivo, o casamento como um contrato na contemporaneidade entendido, hoje assim entendido na via jurídica. No mais, os meus respeitos à vossa excelência, à vossa família, aos vossos filhos, que são tão iguais quanto os meus. E nem acredito em ‘cura gay’, me permita complementar”, respondeu.
Após as falas, Aras e o senador se cumprimentaram na mesa da CCJ. Fabiano Contarato é o primeiro senador abertamente gay eleito. O parlamentar é casado, e o casal homoafetivo tem um filho, de cinco anos.
Após a sabatina, que pode ter fim nesta quarta-feira, os senadores votam a indicação de Aras à Procuradoria-Geral da República (ele precisa de 41 votos “sim”, de 81 possíveis). Caso o advogado tenha o positivo do plenário, caberá ao presidente nomeá-lo ao cargo, por meio de um projeto de lei.