O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) está reunido agora para decidir sobre a ordem em que as considerações finais de delatados e delatores devem ser apresentadas em um processo. A decisão dos ministros pode impactar 32 condenações da Operação Lava-Jato. No total, 143 de 162 réus acusados pela força-tarefa e condenados pela Justiça podem ser afetados, incluindo o ex-presidente Lula, no caso do sítio de Atibaia.
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A pauta está sendo discutida pelo colegiado da corte depois que a Segunda Turma do Supremo decidiu, em agosto, anular a condenação do ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine. Foi a primeira vez que o STF anulou uma decisão da Lava-Jato. O processo então voltou para a primeira instância da Justiça Federal em Curitiba.
No entendimento da maioria da Segunda Turma, as considerações finais da defesa do delatado deveriam ter sido feitas depois dos delatores, e não ter tido o mesmo prazo que a dos delatores.
Na terça-feira (23), uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou que a tendência era de que os ministros decidissem “salvar” parte dos processos. De acordo com a reportagem, o STF deveria manter o entendimento aplicado no caso Bendine, mas tentaria restringir a revisão dos processos para os réus que reclamaram da ordem de fala desde a primeira instância. Evitando assim um “efeito cascata” nas decisões da Lava-Jato.
Em nota publicada hoje, a Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu a concessão de prazo comum para réus delatados e delatores apresentarem as alegações finais. De acordo com o comunicado, a ordem desse rito “não viola qualquer previsão legal e representa o cumprimento do Código de Processo Penal”. Esse argumento foi defendido pelo procurador-geral da República interino Alcides Martins, em memorial enviado ao STF para o julgamento dessa quarta.
No momento da anulação da condenação de Bendine, a força-tarefa da Lava-Jato também publicou uma nota discordando da decisão.
*Sob supervisão do editor Renato Scapolatempore
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