Depois de atender um pedido liminar apresentado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em Ação Civil Pública, o Tribunal de Justiça (TJ) determinou o afastamento do prefeito de Manhumirim, Luciano Machado (DEM), do cargo. Esta é a segunda vez que o chefe do Executivo teve o mandato suspenso em menos de dois meses.
Luciano é acusado pela 1ª Promotoria de Justiça de Manhumirim, na Zona da Mata mineira, de ter recebido R$ 80 mil de forma fraudulenta, referentes a bens licitados, comprados, mas não entregues à cidade. Ele também seria responsável pelo desaparecimento de bens relacionados à saúde, no valor de R$ 132.901,16.
O secretário de Saúde, Robson Pereira, também é réu na ação e foi afastado. Segundo o MP, ele organizou os procedimentos licitatórios necessários à aquisição desses bens junto à empresa HSC - Comércios e Serviços, vencedora da licitação e outra ré na investigação.
O primeiro afastamento de Luciano do cargo aconteceu em 2 de agosto deste ano, depois de o MP o acusar de improbidade administrativa. O juiz Rêidric Victor Neiva e Silva ainda determinou bloqueio de bens do prefeito de até R$ 44.454,79, valor equivalente ao prejuízo apurado aos cofres da prefeitura naquela época.
Em 12 de setembro, no entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu a liminar que afastava Luciano do cargo de prefeito. No dia 18 deste mês, a nova decisão de afastamento chegou ao gabinete do chefe do Executivo. O vice Betão (PP) assume interinamente.
Também tramita na Câmara Municipal uma denúncia relacionada ao primeiro afastamento do prefeito, que pode levar Luciano Machado a sofrer impeachment. Uma Comissão Processante (CP) analisa o caso desde o início de setembro e é formada pelos vereadores Sérgio Borel (PTB - presidente), Ana Paula (PT - relatora) e Jésus Aguiar (PV - membro).
A reportagem tentou contato com Luciano, Robson e o empresário Horny Souza Cruz, diretor-executivo da HSC, mas não conseguiu retorno.