Diante dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal na semana passada em dois endereços do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot em Brasília, a defesa do ex-chefe da PGR pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que os materiais recolhidos —como celular, tablet, computador e HD externo —, sejam devolvidos. Os objetos foram apreendidos em razão das declarações do ex-PGR de que pensou em assassinar o ministro do STF Gilmar Mendes, em 2017.
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Subprocurador-geral da República pede apreensão de livro de Janot Biografia de Rodrigo Janot vaza nas redes sociais antes do lançamento oficialJanot contrata crítica da Lava Jato para defesa sobre plano de matar GilmarCCJ da Câmara convida Janot para explicar declarações sobre Gilmar e Lava-JatoA ação policial, ordenada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, aconteceu um dia depois de Janot revelar que compareceu armado a uma sessão plenária do Supremo, há dois anos, com a intenção de atirar na cabeça de Mendes e depois se suicidar. O ex-PGR faz menção ao episódio no livro escrito por ele “Nada menos que tudo — Bastidores da operação que colocou o sistema político em xeque”, mas não cita o nome do magistrado.
A obra, que será lançada oficialmente neste mês, já circula em formato digital nas redes sociais. A Editora Planeta do Brasil, responsável pelo livro, afirmou que “pirataria é crime e a difusão de obra protegida por direitos autorais é grave infração” e que tomará as medidas legais com relação aos responsáveis.
O subprocurador geral da República Moacir Guimarães Morais Filho solicitou ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) sejam retirados do livro os trechos em que Janot cita o momento em que ficou prestes a atirar contra Mendes. De acordo com o subprocurador geral, as declarações do ex-PGR constituem “ato nocivo à sociedade e, às instituições, incita a violência”..