Os mineiros já não são tão conservadores assim – pelo menos aqueles que moram em Belo Horizonte. Em assuntos no mínimo polêmicos em discussão no país, tais como educação sexual nas escolas, redução da maioridade penal para 16 anos e unificação de impostos, a maioria dos mil moradores da capital entrevistados pela Quaest Consultoria e Pesquisas se mostrou favorável. Também a maioria é contra a liberação da posse de armas.
O perfil menos conservador está entre as mulheres, jovens, pessoas com ensino superior e aqueles que se consideram de esquerda no campo ideológico.
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Dodge envia parecer contra decretos de armas ao STFCâmara aprova projeto que flexibiliza posse de armas em áreas rurais Projeto sobre porte de armas pode ser votado esta semana na CâmaraBolsonaro 'dribla' imprensa e publica vídeo praticando tiroVotação de PL das armas fica para semana que vemUm dos temas controversos defendidos pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL), a liberação do porte de armas tem o apoio de 38% dos moradores de BH, enquanto 62% são contrários à mudanças nas regras.
A disparidade é maior no comparativo por sexo: entre os entrevistados, empatou em 50% o percentual de quem é contra e a favor. Já entre as mulheres, a reprovação é de 73%. Na avaliação por religião, o único grupo em que a maioria apoia a possibilidade de se ter uma arma em casa é daqueles que se disseram sem religião: 52%. Nos demais – católica, evangélica e outras – a grande maioria é contra o porte de armas.
A disparidade é maior no comparativo por sexo: entre os entrevistados, empatou em 50% o percentual de quem é contra e a favor. Já entre as mulheres, a reprovação é de 73%. Na avaliação por religião, o único grupo em que a maioria apoia a possibilidade de se ter uma arma em casa é daqueles que se disseram sem religião: 52%. Nos demais – católica, evangélica e outras – a grande maioria é contra o porte de armas.
O presidente Jair Bolsonaro chegou a editar alguns decretos regulamentando a posse e porte de armas no Brasil, mas diante da polêmica e risco iminente de o Congresso derrubá-los, eles foram revogados. Entre os textos, estava o que autorizava o porte de arma para algumas categorias profissionais, como advogados, jornalistas que fazem cobertura policial e caminhoneiros. Vários projetos de lei tramitam no Congresso, sendo que alguns já foram aprovados, como o que flexibiliza a posse de armas em regiões rurais do país.
Mas se de um lado os belo-horizontinos rejeitam o porte de armas, eles apoiam a redução da maioridade penal dos atuais 18 para 16 anos: 87% dos entrevistados se disseram favoráveis à mudança na legislação brasileira. O assunto está em discussão no Congresso Nacional há décadas e divide setores da sociedade. Em 2015, a Câmara aprovou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) prevendo a nova idade, e o texto agora tramita no Senado, onde precisa ser aprovado em dois turnos. A proposta determina a mudança da maioria penal apenas para casos de crimes hediondos.
Tema não menos polêmico é a educação sexual nas escolas. Os entrevistadores também perguntaram aos moradores de Belo Horizonte sobre o assunto e ouviram de 58% deles uma opinião favorável ao ensino para alunos com mais de 12 anos.
Está no grupo de jovens entre 18 e 29 anos o maior percentual de apoio ao tema: 64%. Entre aqueles com mais de 60 anos, é maior o índice de quem é contra: 51% a 49%. No segmento religioso, os evangélicos (52%) são os mais resistentes ao tema ser tratado em sala de aula.
Está no grupo de jovens entre 18 e 29 anos o maior percentual de apoio ao tema: 64%. Entre aqueles com mais de 60 anos, é maior o índice de quem é contra: 51% a 49%. No segmento religioso, os evangélicos (52%) são os mais resistentes ao tema ser tratado em sala de aula.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) já comentou sobre o assunto em diversas ocasiões, tema que ele considera ferir os “princípios da família brasileira”. Durante um vídeo publicado no Facebook, por exemplo, ele falou que iria reeditar a caderneta de saúde destinada a meninas de 10 a 19 anos para retirar informações que considera inadequadas. E chegou a sugerir que os pais devem rasgar as páginas do livro, impresso pelo Ministério da Saúde, com ilustrações destinadas a explicações sobre educação sexual.
Imposto único
Em discussão há anos no Brasil, a reforma tributária pode trazer um imposto único sobre pagamentos, nos moldes da extinta CPMF. A equipe econômica do governo federal estuda unificar impostos como o IPI, PIS, Cofins, Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e a contribuição sobre a folha de pagamentos. Em meio ao debate de quem é contra e a favor da unificação dos impostos, a Quaest Consultoria e Pesquisas quis saber a opinião dos belo-horizontinos. E a grande maioria deles apoia a ideia: 73% a 27%.
Os homens se mostraram os mais favoráveis, com 79%, enquanto no grupo de mulheres, a aprovação é de 67% delas. O índice de aprovação é maior entre os adultos entre 30 e 59 anos (75%), pessoas com ensino médio (80%), trabalhadores com renda entre três e cinco salários mínimos (74%) e adeptos de outras religiões que não sejam a católica ou evangélica (83%). No aspecto ideológico, entre os que se dizem de direita, 82% apoiam o imposto único, seguidos dos ligados à esquerda (69%) e ao centro (65%).