O governador Romeu Zema (Novo) afirmou nesta quarta-feira que o dinheiro do salário que ele continua recebendo, mesmo com a opção dada pela Assembleia para abrir mão da verba, está sendo “muito bem aplicado”. Questionado sobre o motivo de ter ignorado a possibilidade de que os R$ 10,5 mil brutos nem saíssem dos cofres estaduais, ele afirmou que a verba está sendo destinada a Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes).
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Zema ignora opção dada pela ALMG de não receber salário ou ganhar R$ 998Zema envia à ALMG projeto que permite acabar com parcelamento de salário de servidorZema tem dois meses para dizer se quer receber salário Zema indica que fim do parcelamento de salários pode ser temporário“Eu disse que não ia receber salário. Ele até cai na minha conta e algumas horas ou dias depois está sendo doado para entidades. Continuo não fazendo uso de nenhuma remuneração do estado”, afirmou. Questionado para quais entidades estaria repassando o dinheiro, o governador disse que tem uma lista e que todos os meses está doando para duas instituições, mas não deu os nomes.
Logo após ser eleito, Zema disse que doaria o salário porque não tinha a opção de deixar de receber.
Quando a reforma administrativa aprovada pelo Legislativo criou a nova regra, afirmou, em entrevista ao Estado de Minas e Portal Uai, em 27 de junho, que gostaria que seus eleitores indicassem o que fazer em relação ao próprio salário. “Se há essa opção de não receber, parece que é o que estaria mais de acordo com o que propus. Hoje estou doando. Sobre os outros (secretários e dirigentes) gostaria de não opinar porque já opinei uma vez, como eu disse, e eu vi que não é o ideal”, afirmou na ocasião.
Nesta quarta-feira, em entrevista coletiva, Zema disse que receber e doar foi a opção que ele fez. “Diria que está sendo muito bem aplicado, principalmente em Apaes. Se alguém aqui visitar alguma Apae vai confirmar isso que estou falando”, disse.
A emenda de autoria do deputado Alencar da Silveira Jr.
O texto entrou em vigor em 30 de junho e dava 30 dias para governador, vice-governador e secretários de estado a opção de requerer o não recebimento.
Segundo o portal da Transparência, o governador recebeu até agosto os R$ 10,5 mil brutos, cujos valores líquidos foram para R$ 8 mil e, segundo informa, estão sendo doados a instituições de caridade.
Durante a campanha eleitoral, o então candidato Romeu Zema registrou em cartório a promessa de não receber salário enquanto os servidores públicos estivessem com os pagamentos atrasados ou parcelados. No documento, ele incluiu o vice-governador e os secretários de estado na regra. Depois de eleito, no entanto, somente Zema e Brant anunciaram as doações..