Em meio a um clima tenso por causa da discussão do projeto “Escola sem partido”, um novo pedido de cassação foi protocolado na Câmara Municipal. Desta vez, o alvo é a presidente da Casa, vereadora Nely Aquino (PRTB), acusada de cometer improbidade administrativa por usar a estrutura de segurança e transporte do Legislativo fora das suas dependências.
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Presidente da Câmara de BH é acusada de usar carro oficial para buscar filho na escola Presidente da Câmara de BH recebe ameaça na véspera da votação de cassação de vereadorAssessor de vereador cassado é indiciado por ameaça de morte na Câmara de BH 'Ninguém será vereador em BH achando que está acima da lei', diz presidente da CâmaraProcuradoria da Câmara de BH analisa pedido de cassação de Mateus Simões por empurrãoAinda segundo ela, a cassação ocorrerá se ela de fato tiver usado irregularmente a estrutura da Câmara. “Cito essas consequências mas não estou requerendo cassação ou perda de mandato. A Justiça que tem esse dever e poder de investigar”, afirma.
O caso tem relação com o vídeo enviado à presidente da Casa na véspera da sessão que cassou o mandato do então vereador Cláudio Duarte pela prática de rachadinha. O material mostrava o filho de Nely em um carro acompanhado por segurança e motorista da Câmara.
Ameaças
Nely acionou a polícia dizendo se tratar de uma ameaça contra a vida do filho. “Estou muito nervosa pra falar a respeito, mas minha família vem sofrendo ameaças e, hoje, na véspera do processo de cassação, recebi vídeos onde meu filho de 6 anos era monitorado, apesar das providências tomadas. Peço a Deus neste momento pelos meus”, registrou no Instagram no dia.
No mesmo dia, o vice-presidente da Câmara, Jair di Gregório, recebeu um áudio dizendo que queriam explodi-lo.
Na sexta-feira passada, a polícia apresentou a conclusão do inquérito no qual entendeu que não houve ameaça contra Nely, mas somente contra Jair. De acordo com os policiais, a vereadora pode ter se sentido ameaçada, mas o autor do envio do vídeo disse que sua intenção era expor o suposto uso irregular da estrutura da Câmara pela presidente.
Ainda segundo os policiais, o caso do uso dos funcionários do Legislativo está sendo investigado pelo Ministério Público, mas durante o inquérito a Câmara informou que Nely tinha prerrogativa para garantir a segurança de seus familiares por causa de ameaças anteriores.
A assessoria da Câmara informou que houve o pedido de cassação e que ele será analisado pela Procuradoria da Casa, que emite parecer pela aceitação ou arquivamento. Disse ainda que Nely “vai se posicionar somente após votação para manter a neutralidade no processo”.