O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, usou sua palestra na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), que termina neste sábado, 12, em São Paulo, para criticar o que chama de "climatismo". "O climatismo está para a mudança climática assim como o globalismo está para a globalização", afirmou, acrescentando que a globalização é um fenômeno econômico que foi "capturado pela ideologia e transformado em globalismo". A CPAC é o maior evento conservador dos Estados Unidos, onde a primeira edição aconteceu nos anos 1970, e ocorre pela primeira vez no Brasil.
Durante meia hora de palestra, Araújo disse que o conservador "é o sujeito menos preconceituoso que existe". "Totalmente diferente do que pensam nossos adversários. Para nós não existe o gay, por exemplo, mas a pessoa", afirmou. O ministro disse ainda que "ser conservador é ser contra a ideologia".
Araujo também comentou a importância de debater as mudanças climáticas e o ritmo do aquecimento global. Ele afirmou que o Brasil precisa controlar as emissões de gases de efeito estufa e que o País vai manter os compromissos assumidos.
"Vamos controlar as emissões? 'Bora controlar as emissões. O Brasil é responsável entre 2% e 3% do total de emissões de CO2 e a China por cerca de 25%. No entanto, o Brasil deve assumir e vai manter compromisso firme de controle de emissões. A China só quer saber do acordo de Paris", afirmou, dizendo que não era uma crítica à China.
O ministro fez menção ainda à ativista sueca Greta Thungerg, de 16 anos. Ele a comparou a uma menina da Venezuela, de 14 anos e 14 quilos, pela fome gerada pelo "regime horroroso" no país. "Greta, de 16 anos, bem alimentada, bem nutrida, acolhida pelas Organização das Nações Unidas (ONU), a mesma que não faz nada por essa menina de 14 anos na Venezuela", disse ele, sendo aplaudido.
OCDE
O ministro afirmou ainda que, apesar de a esquerda dizer que os Estados Unidos deixou de apoiar a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reforçou o apoio ao País.
"A esquerda diz que os Estados Unidos deixam de apoiar o Brasil na OCDE e o presidente Trump diz que os Estados Unidos apoiam o Brasil na OCDE e apoiam o presidente Jair Bolsonaro. O secretário (de Estado dos EUA) Mike Pompeo diz que apoia entusiasticamente o Brasil na OCDE. O que a ideologia faz? Reconhece o erro? Não", disse.
Araújo afirmou que o governo Bolsonaro apoia os governos democráticos e que vai enfrentar os regimes de esquerda na América Latina. "Existe uma rede de esquerda na América Latina tentando chegar ao poder. Precisamos entender qual é o desafio disso. Isso não se entendia antes. Essa é a grande diferença. O Brasil está apoiando todos os governos democráticos", disse ele. Araújo afirmou que, diferentemente do passado, quando os regimes de esquerda se beneficiaram na América Latina, haverá uma mudança agora. "Sabíamos disso e vamos enfrentá-lo", acrescentou.
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