Sem a aprovação dos projetos de lei que permitirão a Minas Gerais aderir ao plano de recuperação fiscal proposto pela União, o governo Romeu Zema (Novo) chegará ao final de quatro anos com uma dívida acumulada de aproximadamente R$ 230 bilhões. O alerta foi feito na manhã desta sexta-feira pelo secretário de Governo Bilac Pinto, durante reunião na Assembleia Legislativa.
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TCE manda Zema tirar aposentados da conta de pessoal e põe em risco ajuste fiscal Governistas acreditam na aprovação de projetos de ajuste fiscal de Minas ainda neste anoSem ajuste fiscal, governo de Minas admite atrasar repasses de verbas para poderesPrimeira parcela de dívida do governo de MG com municípios é paga; veja valor por cidadeO número foi encontrado somando-se a dívida de R$116 bilhões com a União, o déficit projetado anualmente de R$ 15 bilhões (totalizando R$ 60 bilhões em quatro anos), um déficit de outros R$ 15 bilhões encontrados no caixa em janeiro de 2019, uma dívida consolidada de R$ 31 bilhões e R$ 9 bilhões que já deixou pagar à União graças a liminares concedidas pelo Supremo Tribunal Federal ( STF).
De acordo com Bilac Pinto, uma das condições para a concessao e vigência dessas liminares é justamente a adesão ao plano de recuperação fiscal.
"Se essas liminares caírem, teremos que pagar R$ 9 bilhões que estamos devendo de imediato. E não temos condição de pagar esse volume financeiro. Quero pedir com muita humildade e com muita consciência que a Casa se debruce com responsabilidade sobre esses projetos", afirmou.
Na semana passada o governo mineiro encaminhou os dois primeiros projetos relacionados ao ajuste fiscal. Um deles autoriza Minas Gerais a aderir ao plano. O segundo prevê a venda da Codemig – o regime de recuperação fiscal determina a venda de estatais.
O governo ainda encaminhou à Casa um projeto que considera primordial para o caixa do estado: um texto que autoriza a antecipação de recebíveis da Codemig, referente a operações envolvendo o nióbio. A operação deve colocar no caixa do estado algo entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões, recurso necessário para quitar o decimo-terceiro salário dos servidores. O dinheiro também é apontado pelo governo como necessário para garantir o pagamento da primeira parcela do acordo feito com os municípios.
Em janeiro do ano que vem o Executivo começa a pagar uma dívida de R$ 7 bilhões com as prefeituras referentes a repasses atrasados do IPVA e ICMS ( R$ 6 bilhões do governo Fernando Pimentel e R$ 1 bilhão do primeiro mês da gestão de Zema).
Privatizações
Sobre a venda de estatais, Bilac Pinto pediu que os deputados estaduais deixem a "paixão" de lado e analisem se as estatais estão cumprindo o seu papel e se há justificativa para o governo continuar sendo acionista delas.
"Sem um recurso extra para equilibrar o caixa, Minas não vai sair da situação que se encontra. Não temos um horizonte no curto prazo de receber a compesação da Lei Kandir, então precisamos vender algo do patrimônio de Minas", alertou.
"Sem um recurso extra para equilibrar o caixa, Minas não vai sair da situação que se encontra. Não temos um horizonte no curto prazo de receber a compesação da Lei Kandir, então precisamos vender algo do patrimônio de Minas", alertou.
O secretário lembrou ainda que o governo optou por começar a discussão de privatizações pela Codemig por ser a empresa que menos repercussão tem sobre a vida do cidadão mineiro. “Estamos vendendo ativos porque queremos? Não, Estamos vendendo ativos porque precisamos. Ou fazemos isso agora ou lá na frente seremos acusados de omissão”, completou.