O modelo de escola cívico-militar, proposto pelo governo federal para unidades públicas de ensino fundamental e médio, poderá chegar à educação básica em Minas Gerais. É o que defende projeto de lei apresentado pelo deputado estadual Coronel Henrique (PSL) – filiado ao mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro – e publicado na edição deste fim de semana do Diário do Legislativo. Quinze estados, entre eles Minas, já aderiram ao modelo da União.
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Deputado quer implantar escola cívico-militar nos municípios de MinasEscolas Cívico-Militares ferem gestão democrática do ensino, diz CopeducBolsonaro vai ao Piauí inaugurar escola militarizada com seu nomeAssembleia do Rio mandar soltar cinco deputados presos por 'mensalinho'Milton Nascimento acusa deputado mineiro de uso indevido da música 'Coração de estudante'O modelo prevê a gestão compartilhada entre educadores e militares e tem como prioridade escolas em situação de vulnerabilidade social. As regras são semelhantes ao programa nacional lançado no início de setembro pelo Ministério da Educação, que estima a criação de 216 escolas no modelo militar até 2023, ou seja, 54 unidades a cada ano.
Na justificativa do projeto, Coronel Henrique alegou que o governo de Minas Gerais já aderiu ao programa nacional, o que abre brechas para a implantação do sistema também nos municípios. Ele lembrou ainda que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional prevê que é incumbência do Estado elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, “integrando e coordenando as suas ações e as dos seus municípios”.
“Ademais, nos termos do artigo18 do Decreto Federal 10.004/2019 as escolas não participantes do Programa Nacional poderão, desde que vinculadas a ente federativo que tenha aderido ao Programa, como é o caso de Minas Gerais, adotar o modelo de Escola Cívico-Militar, bem como serem posteriormente certificadas pelo Ministério da Educação”, comentou o parlamentar.
Os municípios que optarem por aderir ao Pecim terão que garantir as condições para sua implementação, o que inclui disponibilização de corpo docente, elaboração de diagnósticos e planos locais para a implementação das escolas, conscientização da comunidade escolar sobre as vantagens do programa, e apoio à realização de consulta pública formal e de caráter vinculante à comunidade escolar com o objetivo de aprovar o modelo a ser implementado. Antes de chegar ao plenário para votação em dois turnos, o projeto de lei será discutido nas Comissões de Constituição e Justiça e de Educação para parecer.
NO PAÍS
Em relação ao programa lançado pelo governo Bolsonaro para as escolas estaduais, aderiram ao programa: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Ceará, Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou recentemente que a adesão “foi muito boa. Estamos animados e vamos começar o projeto”, disse, referindo-se a uma das bandeiras do programa de governo do presidente Jair Bolsonaro.
A previsão que o modelo chegue a 54 escolas no ano que vem – duas instituições de ensino deverão ser selecionadas em cada estado. O MEC vai liberar R$ 54 milhões para o programa em 2020, sendo R$ 1 milhão por escola. O MEC garante que os recursos já estão reservados e serão investidos no pagamento de pessoal em algumas instituições (aquelas que fizeram parceria com os ministérios da Educação e Defesa) e na melhoria de infraestrutura, compra de material escolar e reformas, entre outras intervenções. A duração mínima do serviço é de dois anos, prorrogável por até 10 anos, podendo ser cancelado a qualquer tempo.
Os estados poderão deslocar policiais e bombeiros militares para a administração das escolas, caso em que o MEC repassará verba ao governo estadual para investimento na infraestrutura, incluindo material escolar e pequenas reformas. Os militares atuarão como monitores, acompanhando os alunos e fazendo contato com as famílias; exercerão supervisão escolar e psicopedagogia; atuarão no fortalecimento de valores éticos e morais e exercerão funções administrativas.