O governador Romeu Zema (Novo) afirmou na manhã desta terça-feira (22) que "será muito difícil" pagar o 13º salário do funcionalismo se a Assembleia Legislativa não aprovar, ainda este ano, o projeto de lei que permite ao estado antecipar recursos da exploração do nióbio. E acrescentou mais um ingrediente na pressão: de acordo com ele, os cerca de R$ 5 bilhões em royalties também são necessários para pagar repasses devidos às prefeituras.
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Zema ganha mais prazo para explicar operação com nióbio para pagar 13º a servidoresZema terá de explicar ao TCE operação com nióbio para pagar 13º salárioZema envia à ALMG projeto que permite acabar com parcelamento de salário de servidorAtrás de recursos, prefeitos, agora, vão bater às portas do Congresso'Estamos tendo um governo patriota', diz Zema sobre BolsonaroValor menor que o pedido por Zema pelo nióbio não garante 13º, diz LevyDeputados de Minas aprovam em comissão projeto para usar dinheiro do nióbio no 13º de servidoresZema participou da abertura da 25º edição do Minas Trend, no Expominas, ao lado do presidente da Federação das Indústrias (Fiemg) Flávio Roscoe e de um grupo de empresários. No discurso para os representantes do setor produtivo, disse respeitar o tempo dos parlamentares mas voltou a pressionar o Legislativo pela aprovação do plano de recuperação, cujas três primeiras propostas já foram enviadas. "O futuro está nas mãos dos deputados", afirmou.
Questionado sobre o prazo para aprovação dos textos, Zema disse que a proposta de privatização da Codemig (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais) pode ficar para o início do ano que vem. Já a operação financeira do nióbio, segundo ele, não pode esperar.
"Estamos contando com esses recebíveis. Lembrando que eles também serão parte da solução para as prefeituras, que o estado ficou devendo as prefeituras de repasses nos últimos anos, que é de direito dos prefeitos. Essa operação viria a melhorar muito a vida do funcionalismo e de todo o estado, porque a prefeituras terão mais capacidade de investir", afirmou.
O governo de Minas respondeu nessa segunda-feira a questionamentos feitos pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre a operação financeira de antecipação de recursos do nióbio. Os técnicos do órgão agora vão analisar a documentação fornecida para avaliar a legalidade da medida.
Privatização da Cemig
O governador disse que enviará outras propostas de privatização ao Legislativo e defendeu que as estatais sejam "enterradas" e passem a fazer parte da história, assim como a hiperinflação existiu há 25 anos no Brasil. Zema afirmou que as privatizações deram certo em Minas e no Brasil e citou como exemplos a Telemig e os bancos Bemge, Credireal e Minas Caixa, que "já foram consideradas (estatais) estratégicas".
Zema falou especificamente da Cemig, uma das que mais encontra resistências no Legislativo e por parte da população, quando se fala em desestatização. De acordo com ele, Minas Gerais é um dos poucos estados cuja energia ainda é de responsabilidade de uma estatal.
Para o governador, há um conceito no Brasil de que estatais são boas, mas ele "não para de pé". Zema disse que vários estados, inclusive governados por petistas, já fizeram a privatização e garantiu que, a médio e longo prazo, isso vai gerar redução no custo da energia para o consumidor.
"Porque quando a energia fica escassa (por falta de investimentos), ela fica mais cara", explicou. Questionado sobre a citação a petistas, o governador afirmou que usou apenas um exemplo para dizer que todos os partidos adotam o que é bom.
Fiemg quer ajuste
Durante o lançamento do Minas Trend, Flávio Roscoe apresentou uma campanha publicitária que será feita pela Fiemg para ajudar o governo de Minas a ganhar apoio popular para as medidas de ajuste fiscal. No plano, a mensagem será que sem a recuperação o estado entrará em falência. "Pode contar com o apoio do setor produtivo para atuar, inclusive, junto à Assembleia", disse Roscoe.
Nas mídias apresentadas, a Fiemg apresenta um cenário de caos na educação, saúde e segurança do estado. Ainda nesta terça-feira, segundo Roscoe, todas as mídias serão acionadas para divulgação do material.
Minas Trend
Na abertura do Minas Trend, o presidente da Fiemg informou que o evento, que era exclusivamente de moda, amplia sua abrangência já neste ano,com o lançamento de produtos industriais do estado. Para 2020, o projeto passará a incluir ainda uma feira da indústria têxtil.
De acordo com a Fiemg, o Minas Trend se consolidou como o maior salão de negócios da moda da América Latina. De hoje até 25 de outubro, o evento com o tema "Tecendo futuros" vai reunir mais de 200 marcas e promover palestras e atividades para o público.