O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) acatou pedido do Ministério Público estadual (MPMG) e afastou a prefeita de Manhuaçu, Cici Magalhães (MDB). A decisão, protocolada nesta quinta-feira (25), ressalta que a mulher agiu “com descaso com o patrimônio público, com o próprio município e com os anseios da população”.
Segundo a Justiça, Cici desviou dinheiro de licitações de eventos realizados na Zona da Mata. Os valores desviados chegam a R$ 499 mil, conforme a decisão.
Leia Mais
Justiça condena prefeita eleita de Manhuaçu Prefeito de Manhuaçu perde direitos políticosPrefeito de Manhuaçu tem afastamento limitado em 180 dias pelo STJ Prefeita afirma ser vítima de perseguição de promotora do Ministério Público
A decisão impede, ainda, que as empresas envolvidas nas fraudes participam de licitações. A multa, em caso de descumprimento, varia entre R$ 10 mil e R$ 100 mil.
Outra condenação
Em 2016, Cici Magalhães também foi condenada pela Justiça mineira. Naquela oportunidade, a Justiça a puniu por improbidade administrativa.
Os fatos que levaram à condenação ocorreram em 1999. De acordo com a TJMG, naquele ano, Cici comprou votos de vereadores para cassar o mandato do então prefeito Geraldo Perigolo. Cici era vice-prefeita e, com o impedimento de Perigolo, assumiria a prefeitura de Manhuaçu.
A Justiça também ressaltou, à época, o uso da máquina pública para favorecer aliados políticos – novamente por meio de licitações fraudulentas.
Cici é irmã do deputado estadual João Magalhães (MDB).
Outro lado
Em nota a prefeita afastada, Cici Magalhães alega que os fatos são antigos e que o inquérito que averígua sequer tem a prefeito como parte e sequer chegou a prestar depoimento.
“Causa estranheza e surpresa o afastamento da chefe do executivo no atual momento processual, com a investigação já maturada, sem fato novo, quando concluídas diversas diligências e oitivas de testemunhas, sem qualquer notícia de que a Prefeita tenha obstaculizado a colheita de provas. Ao contrário, Cici Magalhães nunca foi ouvida pelo Ministério Público e essa liminar foi concedida sem dar o direito de se manifestar sobre as falsas acusações”, informa a nota.
A prefeita sustenta na nota que é a administração da cidade é alvo de “perseguição” do Ministério Público que estaria sendo usado como “instrumento da oposição derrotada em 2016”.
Tanto que a decisão já estaria sendo divulgada por adversários políticos antes mesmo de a prefeitura ser acionada oficialmente, segue a nota. “Salientamos que as medidas jurídicas cabíveis já estão sendo tomadas por sua defesa a fim de garantir a prevalência da verdade e da soberania popular”, afirma.