Em visita oficial ao Catar, o presidente Jair Bolsonaro não gostou do gesto "Lula livre" protagonizado pelo presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández. "É uma afronta à democracia brasileira. Ao sistema judiciário brasileiro. Uma pessoa condenada em duas instâncias. Outras condenações a caminho. Ele está afrontando o Brasil de graça no meu entender. Nós estamos aguardando seus passos para, talvez no futuro, tomar alguma decisão em defesa do Brasil. Decisões em defesa do Brasil".
Apesar da crítica, Bolsonaro reiterou que não pretende romper relações com o país vizinho, destacando que irá optar pelo diálogo. "Pretendo dialogar, sim. Não vamos fechar as portas. Agora, estamos preocupados e receosos tendo em vista até pelo gesto que ele fez de 'Lula livre", complementando que "muita gente do PT (segundo informes que recebeu), estaria na Argentina para comemorar a vitória dele".
Indagado sobre como ficará a posição no Brasil no Mercosul com a vitória de Fernández, Bolsonaro destacou: "Nós estamos preocupados, não há dúvida. A Argentina, em grande parte, faz comércio graças ao Brasil. Nós não queremos romper nada. Agora, eu digo aos meus ministros, cada um na sua pasta, nós temos de ter capacidade de nos anteciparmos a problema. Obviamente, se tiver algo mais contundente, nós buscaremos conversar com a Argentina para de fato saber qual é a posição deles, em função disso nós tomaremos a nossa posição".
Sobre o recente pleito na Bolívia, com a reeleição de Evo Morales para seu quinto mandato, Bolsonaro frisou: "Bolívia, sempre temos suspeitas, assim como no Brasil, sempre temos suspeitas nas eleições informatizadas. Nós estamos ultimando uma proposta para que as eleições no Brasil possam ser auditadas... Eu sempre digo... No ano passado, a eleição no Brasil foi polarizada, entre direita e esquerda e com muita fake news, tem razão, se não tivessem tantas fake news, eu teria sido eleito no primeiro turno."
A próxima etapa da viagem de Bolsonaro, depois de deixar o Catar será Riad, na Arábia Saudita.