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Estado de Minas

Após declarações sobre AI-5, Eduardo Bolsonaro volta atrás e pede desculpas

Fala causou reação nas redes sociais, no Congresso Nacional e no Supremo; presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sugeriu que filho do presidente seja punido


postado em 31/10/2019 18:42 / atualizado em 31/10/2019 19:13

(foto: AFP / NELSON ALMEIDA )
(foto: AFP / NELSON ALMEIDA )

Após a repercussão negativa de suas declarações sobre o Ato Institucional 5, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) recuou e pediu desculpas no fim da tarde desta-quinta-feira. Eduardo apontou o AI-5 como solução para evitar o avanço da esquerda no país. Em entrevista ao programa “Brasil Urgente”, na Band, o parlamentar disse que não existe a possibilidade da volta do instrumento que cassou direitos durante a ditadura militar.


“Eu peço desculpas a quem porventura tenha entendido que eu estou estudando o retorno do AI-5 ou achando que o governo, de alguma maneira, estaria estudando qualquer medida nesse sentido. Essa possibilidade não existe. Agora, muito disso é uma interpretação deturpada do que eu falei", disse Eduardo, que ressaltou não fazer parte do governo.


Ele ainda afirmou que talvez tenha sido “infeliz” ao citar o AI-5 como possível solução para uma investida violenta das esquerdas. “Eu talvez tenha sido infeliz de falar no AI-5, porque não existe qualquer possibilidade de retorno do AI-5, mas, nesse cenário, o governo tem que tomar as rédeas da situação”, disse, comparando com os protesto ocorridos no Chile nas últimas semanas.

Em entrevista concedida ao canal no YouTube da jornalista Leda Nagle, Eduardo disse que será preciso dar uma resposta à esquerda, caso ela resolva radicalizar.


“Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual a do final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando executavam-se e sequestravam-se grandes autoridades, consules, embaixadores, execução de policiais, de militares. Se a esquerda radicalizar esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E uma resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através de um plebiscito como ocorreu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada”, disse o filho do presidente Jair Bolsonaro.

'Está sonhando'  

 

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) desconversou sobre a fala do filho dele. Ao sair do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que quem defende tão situação “está sonhando”. “O AI-5 já existiu no passado, em outra Constituição, não existe mais. Esquece. Vai acabar a entrevista aqui. Cobrem deles. Quem quer que seja que fale em AI-5, está sonhando. Está sonhando! Não quero nem que dê notícia nesse sentido aí”, afirmou.


O presidente não quis entrar na polêmica e na repercussão negativa das declarações do filho dele, mas ressaltou que filho era adulto e poderia responder sobre suas atitudes. Porém, lamentou o que Eduardo disso.


“Olha, cobre você dele. Ele é independente. Tem 35 anos (idade de Eduardo), se eu não me engano, que ele é dono do seu (nariz).... 35 não, tem uns 20 anos. Mas tudo bem. Lamento... Se ele falou isso, que eu não estou sabendo, lamento, lamento muito”, afirmou.


Conselho de Ética

 

Ao longo do dia a fala de Eduardo Bolsonaro repercutiu negativamente e o próprio presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), as classificou como 'repugnantes' e passiveis de punição. Além disso, o PSOL e o PDT pretendem recorrer ao Conselho de Ética contra Bolsonaro.  

 


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