Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Eduardo Bolsonaro cita Marielle Franco para criticar liberdade de Lula


Filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e deputado federal por São Paulo, Eduardo Bolsonaro (PSL) citou o caso Marielle Franco para criticar defensores da liberdade do ex-presidente Lula (PT).

"Pedem prisão para assassinos de Marielle, mas querem soltar bandidos de seus partidos. Piada", publicou o parlamentar na tarde desta sexta-feira, no Twitter, momentos antes da saída de Lula da sede da Polícia Federal, em Curitiba.


Na mensagem, Eduardo Bolsonaro também publicou uma informação falsa sobre a quantidade de presos que podem ser beneficiados pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe prisões após condenação em segunda instância.

"Cagam na cabeça da sociedade, ignoram o risco de botar em liberdade 160.000 presos. Não esqueçam que latrocidas, por exemplo, cometem seus crimes independente da vítima ser de direita ou esquerda", publicou.

Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a quantidade de presos potencialmente beneficiados pela decisão é 4.895 - número quase 33 vezes menor que os 160 mil mencionados por Eduardo Bolsonaro.

Eduardo foi contestado pelo deputado federal por São Paulo Ivan Valente (PSOL): "Mentiroso, não venha com fake news! Você sabe que são 4.800 casos avaliados e não são latrocínios. Lava a boca para falar da Marielle. Vocês têm amigos bandidos milicianos de estimação, como Queiroz e o Adriano Nóbrega. A democracia não aceita covardes que defendem o AI-5".



Bolsonaro, então, respondeu: "Ah! Só 4.800, dá nada né deputado defensor de bandido. Nada muda a realidade de que quem trabalha sente no dia de hoje um tapa na cara. Vai lá deputado milionário, peça justiça para Mariele e depois discurse pela soltura de milhares de bandidos só para benefeciar seu líder preso (sic)".

Decisão do STF

Em decisão dessa quinta-feira, o STF proibiu, por seis votos a cinco, a prisão após condenação em segunda instância - caso de Lula.
Réus, portanto, só podem cumprir pena depois do trânsido em julgado, quando todos os recursos se esgotarem, incluindo as apelações ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao próprio Supremo.
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