Jornal Estado de Minas

Manifestantes se reúnem em BH contra Lula e STF

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permitiu, nessa sexta-feira, a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há um ano e sete meses, levou milhares de pessoas às ruas de Belo Horizonte na tarde deste sábado. Segundo o Movimento Vem Pra Rua, um dos organizadores da manifestação, quatro mil pessoas se reuniram na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul da capital mineira, contra a corte do Supremo e a decisão de derrubar a prisão em segunda instância. Em outro momento, o protesto se dirigiu à Praça Sete, na Região Central, onde a manifestação teve fim.

A manifestação também contou com um trio elétrico, que complicou o trânsito. Algumas pessoas passavam e provocavam os manifestantes, o que causou alguns problemas durante o ato. A reportagem do Estado de Minas também foi intimidada em certo instante e registrou algumas agressões a opositores do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e do ato.

Alguns gritos como "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão", "STF é a vergonha do Brasil", "Viva Bolsonaro" e "Viva Sérgio Moro" foram entoados pelos manifestantes. As pessoas também rezaram o "Pai Nosso" em alguns momentos durante o ato.
O ex-presidente, outros políticos e ministros do STF também foram xingados pelos presentes.

O consultor da área de trabalho Rafael Barros, de 40 anos, criticou a decisão do STF. "É nojenta, mas embasada em lei, como o próprio ministro Sérgio Moro disse. Temos agora que pressionar, ir às ruas, contra essa decisão e a soltura não somente do Lula como de outros bandidos".

Já a aposentada Eunice Campos, de 70 anos, também mostrou indignação. "Acho um absurdo que depois de tanta luta para colocar esses políticos no devido lugar e agora estão sendo soltos pelo STF. Muito me admira que a Corte esteja fazendo isso, é uma vergonha".

Ivan Günther, coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL) em BH, também criticou a soltura de Lula.
"A soltura do ex-presidente é a gota d'água em algo que já está sendo percebido em relação ao STF. Diante disso, temos que pressionar para se votar a PEC 410 para reverter isso". A PEC 410, que deve ser votada em comissão na Câmara dos Deputados na próxima semana, permite prisão depois de condenação em segunda instância.

Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 4895 presos podem ser beneficiados pela derrubada da prisão em segunda instância, concretizada pela Corte na última quinta-feira..