Em campanha para conseguir apoio para privatizar a Cemig no ano que vem, o governador Romeu Zema (Novo) recorreu ao presidente da empresa, Cledorvino Belini, para atestar o mau funcionamento da companhia.
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Para justificar a privatização, o presidente da companhia repetiu que durante anos a Cemig não fez os investimentos necessários. “Hoje em certas regiões falta luz e, em certas regiões, além de faltar tem picos constantes de energia. Ou seja, não consegue atrair o desenvolvimento econômico de Minas. Sem energia não acontece nada”, disse.
Na terça-feira, Zema já havia postado um vídeo de um diretor da Usiminas em Ipatinga falando sobre um apagão que fez a fábrica parar de funcionar na semana passada “pela segunda vez em menos de 20 dias”. “Hoje a Cemig é um entrave para o desenvolvimento do estado. É uma excelente empresa, mas está sucateada”, disse.
O governador enviará o projeto para privatizar a Cemig à Assembleia no ano que vem, mas já sabe que enfrentará muita resistência no Legislativo. A privatização faz parte das medidas necessárias para Minas conseguir aderir ao regime de recuperação fiscal do governo federal, que permitirá suspender pagamentos e obter recursos financeiros para ajudar na crise.
Para privatizar, no entanto, a Constituição Mineira exige que o assunto passe por um referendo popular, além de ter o aval da maioria dos 77 deputados estaduais.