O senador Flávio Bolsonaro entregou um pedido de desfiliação do PSL à Executiva Nacional da legenda na segunda-feira. A decisão acontece em meio às tratativas do pai dele, o presidente Jair Bolsonaro, para a criação de um novo partido, o Aliança pelo Brasil. A sigla deve ser o novo destino do parlamentar carioca.
Na próxima quinta-feira, inclusive, Flávio participará de uma reunião que pode formalizar a fundação do Aliança pelo Brasil. Promovido pelo presidente Bolsonaro, o encontro será transmitido pelas redes sociais. A intenção do chefe do Palácio do Planalto é anunciar os membros da Executiva Nacional do grupo.
Com o desligamento de Flávio do PSL, o diretório do partido no Rio de Janeiro fica sem comandante - o senador era o presidente do escritório da legenda no estado.
Bivar reeleito presidente
Nesta terça-feira, a Executiva Nacional do PSL se reuniu em Brasília para discutir a situação do partido em meio às desfiliações da família Bolsonaro. Durante o encontro, o deputado Luciano Bivar (PSL-PE) foi reeleito por mais dois anos para a presidência da sigla.
A estrutura da Executiva Nacional, formada por 15 membros, sofreu apenas uma alteração: ficou estabelecido que o deputado Júnior Bozzella (PSL-SP) será o segundo vice-presidente do partido. O cargo estava vago desde a saída do ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebbiano, atualmente filiado ao PSDB.
Presente no encontro, o senador Major Olímpio (PSL-SP) comentou que o resultado “fortalece a estrutura do partido e de todas as suas formalidades com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral)”.
"Todas as formas das contas do partido no TSE. O que precisar consultar, até especificamente o tipo de nota fiscal, está sendo disponibilizado. Então, isso dá uma tranquilidade para o partido tocar o dia a dia", disse o pesselista.
A reunião ainda ficou marcada pela articulação de eventuais punições de deputados e senadores do PSL mais próximos a Bolsonaro, que já sinalizaram a intenção de deixar o partido para seguir o presidente da República. Segundo o senador, as penas serão aplicadas até a semana que vem, mais provavelmente na terça-feira.
"Poderá ter parlamentar que possa ser suspenso, poderá ter situações em que ficou caracterizada a infidelidade contra o partido, que a decisão poderá ser da expulsão com a infidelidade. Portanto, o partido requerendo o mandato do parlamentar" detalhou Olímpio. "O estatuto prevê de um dia a 1 ano a possibilidade da suspensão. Quando parlamentar é suspenso não poderá ser líder, vice-líder. Não pode presidir comissão", acrescentou Olímpio.
Um dos parlamentares que deve ser atingido pela sanção do PSL é o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), atual líder da legenda na Câmara e presidente do diretório do partido em São Paulo.