A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, atendeu parcialmente um habeas corpus coletivo e determinou que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) avalie, caso a caso, presos que estejam cumprindo pena após condenação em segunda instância e coloque em liberdade aqueles que se enquadram no novo entendimento da Corte.
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Em BH, Moro pressiona Congresso a aprovar mudança de regra da segunda instânciaCCJ da Câmara dos Deputados aprova PEC da segunda instância'Queda da prisão na 2ª instância favorece pacote anticrime'PEC que trata da detenção de condenados fica para marçoSenado deve aguardar Câmara decidir sobre segunda instância, defende AlcolumbreMaia cita possibilidade de acordo com Senado sobre prisão em segunda instânciaNo início do mês, o plenário do STF mudou entendimento sobre a execução penal após condenação em segundo grau. Agora, só podem cumprir sentença quem já teve todos os recursos analisados pela Justiça, o chamado "trânsito em julgado". A decisão permitiu que condenados em segunda instância, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro José Dirceu, deixassem a prisão.
Cármen Lúcia foi voto vencido no julgamento, mantendo sua posição a favor da prisão após segunda instância. Na decisão encaminhada ao TRF-4, a ministra diz que toma a atitude "ressalvando" sua própria opinião pessoal sobre o caso.
"Ressalvando minha opinião pessoal sobre a possibilidade de execução provisória de pena, nos termos da legislação vigente, observo o princípio da colegialidade e aplico o decidido pela maioria deste Supremo Tribunal sobre a necessidade de se aguardar o trânsito em julgado para o início da execução da pena judicialmente imposta", afirma Cármen Lúcia.
A ministra determina ao TRF-4 a análise imediata de todas as prisões decretadas pelo tribunal, caso a caso, para ver se eles se enquadram no novo entendimento. "Nota-se que cada caso deverá ser submetido à análise específica e autônoma do órgão judicial, sem que o exame e a decisão seja proferida pelo juízo específico em cada caso e com fundamental", observa a ministra.
Após a decisão do STF no início do mês, diversos presos da Operação Lava Jato condenados pelo próprio TRF-4 foram soltos, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro José Dirceu e os ex-tesoureiros do PT, João Vaccari Neto e Delúbio Soares. Todos eram investigados na Lava Jato por corrupção envolvendo recursos da Petrobras.