O presidente Jair Bolsonaro se esquivou de comentar nesta terça-feira, 26, a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o AI-5. "Eu falo de AI-38, quer falar do AI-38, eu falo agora contigo aqui. Quer o AI-38, eu falo agora. 38 é meu número. Outra pergunta aí", respondeu o presidente ao ser questionado pela imprensa sobre o assunto, referindo-se ao número escolhido para o partido idealizado por ele, o Aliança pelo Brasil, sob o número 38 - o mesmo que determina o calibre de armas.
Em Washington, Guedes mencionou o AI-5 ao afirmar que é "uma insanidade" que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva peça a presença do povo em manifestações nas ruas. "Não se assustem então se alguém pedir o AI-5", afirmou o ministro.
No fim de outubro, um comentário do deputado Eduardo Bolsonaro, filho "03" do presidente, sobre a medida tomada pela ditadura militar causou polêmica e gerou repreensões de lideranças políticas e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Eduardo defendeu medidas como "um novo AI-5" para conter manifestações de rua, caso "a esquerda radicalizasse".
Anos de chumbo
O Ato Institucional nº 5 foi a mais dura medida instituída pela ditadura militar, em 1968, ao revogar direitos fundamentais e delegar ao presidente da República o direito de cassar mandatos de parlamentares, intervir nos municípios e Estados, esvaziar garantias constitucionais como o direito a habeas corpus e suspensão de direitos civis.