O governador Romeu Zema (Novo) aproveitou a presença de representantes dos 34 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte na Cidade Administrativa nesta quinta-feira (28) para pedir apoio para a aprovação das propostas para a adesão de Minas ao regime de recuperação fiscal do governo federal. Ao falar na abertura da conferência metropolitana, afirmou estar mandando ao Legislativo pautas “antipáticas” mas necessárias.
Também afirmou que não pretende governar com “receitas extraordinárias”, como o que tenta obter com os royalties do nióbio para pagar o 13º do funcionalismo.
No discurso, Zema voltou a criticar o governo passado por se sustentar em verbas extras, como os depósitos judiciais, mas admitiu estar fazendo o mesmo com os cerca de R$ 4,5 bilhões que pretende obter com a antecipação de créditos até 2032 da exploração do nióbio.
“Não será com receitas extraordinárias, que o último governo usou constantemente e eu estou fazendo uso agora para regularizar o pagamento do funcionalismo e o 13º, que vamos resolver o problema do estado. Precisamos mexer na estrutura do estado, e essa estrutura será alterada com projetos que enviaremos à Assembleia”, afirmou.
O governador disse não ter um plano B para o estado e que o regime de recuperação fiscal terá de ser aprovado no ano que vem ou daqui a três ou quatro anos “em situação muito pior”.
Das três primeiras propostas enviadas ao Legislativo neste ano, só há acordo para aprovar a venda dos créditos do nióbio. As outras duas, que tratam da autorização para adesão ao regime de recuperação e para a privatização da Codemig só serão avaliadas no ano que vem pelos deputados.
Zema também já avisou que enviará propostas para privatizar a Cemig e a Copasa em 2020, assunto que enfrentará ainda mais obstáculos no Legislativo do que as primeiras pautas apresentadas. “Estaremos encaminhando para a Assembleia pautas antipáticas mas que são necessárias. É preciso tomar, sim, medidas que desagradam, mas vão desagradar naquele momento. Posteriormente serão até elogiadas”, disse.
Metrô
Aos prefeitos e representantes das cidades da Grande BH, Zema afirmou que está nos seus planos melhorar a mobilidade e a regularização fundiária na região metropolitana. Para o primeiro assunto, destacou que o estado vai fechar um acordo que permitirá o repasse de R$ 1,2 bilhão para investimento no metrô, para viabilizar a linha Calafate Barreiro.
Zema criticou a falta de investimento no trem metropolitano de Belo Horizonte, que ficou esquecido nos últimos anos enquanto os metrôs de São Paulo e do Rio de Janeiro receberam verbas. O governador disse que se perde tempo andando de carro na capital e garantiu que irá “pelo menos iniciar alguma coisa” na sua gestão. “É fundamental melhorarmos a mobilidade”, disse.