O presidente do PSL no Rio Grande do Sul, deputado federal Nereu Crispim, assinou ontem um ofício comunicando a saída do partido da base do governo gaúcho. A decisão não teve apoio dos deputados estaduais da legenda, que apoiam o governo de Eduardo Leite (PSDB) e até participam do seu secretariado.
Assim como em âmbito federal, o PSL está rachado no Rio Grande do Sul. Desde o mês passado, os políticos do partido se dividiram entre aqueles que apoiam o presidente Jair Bolsonaro, que já anunciou a criação de uma nova legenda, e os parlamentares ligados ao presidente do partido, Luciano Bivar.
Como justificativa para deixar a base de Leite, Crispim alegou discordar do pacote de um projeto apresentado pelo governador na Assembleia Legislativa que afeta diretamente no plano de carreira dos servidores da educação, saúde e segurança.
O partido vem dando suporte às votações do governo Leite no Parlamento com três deputados. Além disso, Ruy Irigaray, que também foi eleito deputado estadual, foi escolhido pelo governador para comandar a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo.
Deputado mais votado no Rio Grande do Sul, Luciano Zucco mostrou-se surpreso com o comunicado de Crispim, que foi emitido sem consulta interna. Irigaray também informou que a decisão foi tomada de forma unilateral por Crispim.
Governo. Após a divulgação da notícia, o governo gaúcho emitiu nota em que reforça os laços com aliados do PSL, garantindo não ter sido informado do suposto desembarque do partido.
"O governo confia plenamente no espírito público dos parlamentares, que têm participado com contribuições indispensáveis para que o Estado retome a sua capacidade de investimento", diz o comunicado.
Na Assembleia, a base governista tem apoio de 40 dos 55 deputados estaduais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.