Após o PSL a suspender Eduardo Bolsonaro (SP) por um ano e punir outros 17 deputados, o presidente do partido, Luciano Bivar (PE), afirmou à reportagem que, agora, "é hora de seguir a vida" e que quem não quer ficar na legenda deve "seguir o seu caminho". Nesta terça-feira, 3, o Diretório Nacional confirmou as suspensões e advertências a parlamentares que atacaram a gestão de Bivar e determinou ainda a dissolução do diretório estadual de São Paulo, que era comandado pelo filho presidente.
"Foi um processo completamente estatutário, legal, correto e gentil. E a vida partidária continua. É hora de seguir a vida. Nós queremos é tocar o nosso partido. Aqueles que são PSL vão tocar o partido. Aqueles que querem outros partidos que sigam o seu caminho", afirmou Bivar.
No total, 14 deputados tiveram os seus mandatos suspensos por até um ano e quatro foram advertidos. O grupo ficou ao lado do presidente Jair Bolsonaro na disputa de poder que ocorreu dentro da legenda de outubro.
"É uma decisão soberana chancelada pelo Diretório Nacional. O recado que fica é que todos aqueles que algum momento promovem algum ato para denegrir a imagem do partido ou que venham a ofender seus colegas estão suscetíveis de punições. E assim foi feito o processo", afirmou Bivar.
Além do filho do presidente, Bibo Nunes (RS), Alê Silva (MG) e Daniel Silveira (RJ) receberam a pena máxima de 12 meses de suspensão. O parlamentar fluminense Carlos Jordy (RJ) será suspenso por sete meses, enquanto Carla Zambelli (SP) e Bia Kicis (DF) ficam suspensas por seis meses.
O grupo deve migrar para o novo partido criado pelo presidente Jair Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil. Bivar afirma que não vai discutir ainda se o partido vai cobrar ou não os mandatos.
"É um degrau que eu ainda não preciso subir. Deixa o jurídico se manifestar caso ocorra", afirmou Bivar.
Além das punições, o PSL vai, nesta semana, começar a recolher assinaturas para uma nova lista para escolher o novo líder do partido na Câmara. A ex-líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (SP), é uma das candidatas. Ela vai disputar a vaga com um deputado ligado à bancada da segurança do PSL. Estão cotados o delegado Marcelo Freitas (MG) e Felício Laterça (RJ).
Oficialmente, a liderança segue com Eduardo Bolsonaro até o partido comunicar a decisão e protocolar a suspensão junto à Câmara. O parlamentar assumiu a liderança do partido na Casa em outubro após uma guerra de listas entre bivaristas e bolsonaristas.
"Os deputados devem indicar em 48 horas um novo líder", afirmou Bivar.
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