Aprovado o projeto que permite a antecipação dos recursos do nióbio, a equipe econômica do governo de Minas começa agora uma corrida contra o tempo para fazer a operação financeira que pode colocar R$ 5 bilhões extras nos cofres do estado e garantir o pagamento do 13º salário dos servidores.
O governador Romeu Zema (Novo) afirmou que trabalha para que o benefício possa ser pago ainda em 2019, mas que não é possível garantir. A estimativa do governo é que a operação na Bolsa de Valores de São Paulo leve entre três e quatro semanas para ser concluída e que, a partir de agora, serão tratadas questões burocráticas com investidores e definidos os trâmites legais na bolsa.
O governador Romeu Zema (Novo) afirmou que trabalha para que o benefício possa ser pago ainda em 2019, mas que não é possível garantir. A estimativa do governo é que a operação na Bolsa de Valores de São Paulo leve entre três e quatro semanas para ser concluída e que, a partir de agora, serão tratadas questões burocráticas com investidores e definidos os trâmites legais na bolsa.
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ALMG aprova projeto do nióbio que garante 13º dos servidoresNovela do 13º salário dos servidores de Minas terá capítulo final na AssembleiaDeputados colocam trava em PL do nióbio para evitar prejuízo de R$ 10 bi'De certa maneira, este ano já pagamos 13 salários para servidores', diz Zema em encontro do NovoGoverno de Minas nega que tenha verba em caixa para o 13º dos servidoresSecretário mantém esperanças sobre operação do nióbio acontecer neste ano'2020 é o ano do regime de recuperação fiscal em Minas', diz Romeu ZemaO que pode travar o 13º salário do servidor este anoApesar de comemorar a aprovação do projeto na Assembleia, Zema alertou que a medida não será a solução para os problemas do estado e que somente a aprovação de reformas estruturais podem equilibrar as contas mineiras.
“A operação é a mesma coisa que não ter o que comer e só ter os móveis dentro de casa. Tenho que vender os móveis para não morrer de fome e vou dormir no chão. O último governo já sequestrou os depósitos judiciais, tirou recursos das prefeituras e não resolveu os problemas do estado. Estamos fazendo o que eu não gostaria, mas é o que está ao nosso alcance até que tenhamos uma solução definitiva”, explicou.
“A operação é a mesma coisa que não ter o que comer e só ter os móveis dentro de casa. Tenho que vender os móveis para não morrer de fome e vou dormir no chão. O último governo já sequestrou os depósitos judiciais, tirou recursos das prefeituras e não resolveu os problemas do estado. Estamos fazendo o que eu não gostaria, mas é o que está ao nosso alcance até que tenhamos uma solução definitiva”, explicou.
A solução apontada por Zema para que o estado não continue gastando mais do que arrecada é a adesão ao regime de recuperação fiscal junto à União. “Entre as soluções estão a aprovação de uma reforma previdenciária no estado, caso ela não seja aprovada em Brasília; a reforma administrativa que visa corrigir cargos e carreiras dentro do estado, hoje algumas pessoas entram ganhando quase o teto; e também as privatizações. São os três pilares que serão encaminhados aos deputados. Isto sim resolverá definitivamente os problemas do estado”, afirmou o governador.
Aprovado por unanimidade
Aprovado por unanimidade
Após muita negociação, os deputados estaduais aprovaram ontem, em segundo turno, com 73 votos favoráveis e nenhum contrário o projeto de lei que permitirá ao governo Zema obter cerca de R$ 5 bilhões para pagar o 13º salário do funcionalismo público e acabar temporariamente com o parcelamento dos salários. A data do pagamento, no entanto, ainda não foi anunciada pelo governo de Minas.
O texto foi encaminhado para o Executivo sancionar e dar seguimento à operação de venda dos créditos do nióbio, que seriam de direito da Codemig até 2032, em leilão na bolsa de valores. O secretário de Planejamento e Gestão Otto Levy já havia afirmado que a definição da data do pagamento do benefício natalino seria decidida na semana que vem. Em audiência no Legislativo, também adiantou que o salário extra cairá na conta dos servidores em até 48 horas da efetivação da operação financeira.
Apenas quatro, dos 77 deputados não votaram o projeto do nióbio. Agostinho Patrus não vota por ser presidente, os deputados Marília Campos e Cristiano Silveira, do PT, estavam viajando, e a deputada Ana Paula Siqueira (Rede) está de licença-maternidade. Logo após a aprovação pela Casa, o presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PV), afirmou esperar que o Executivo pague o 13o ainda este ano.
Os deputados cobraram agilidade do governo no pagamento do 13º dos servidores, que esperam ter os valores nas contas ainda este ano. O deputado João Vitor Xavier contestou a informação do governo, que negou ter dinheiro em caixa para fazer o pagamento e ser ressarcido depois com a verba do nióbio. Segundo o parlamentar, mesmo que a operação não ocorra em tempo recorde, o estado teria condições de fazer o depósito imediato do benefício, pois tem a garantia de reposição do caixa.
O líder do governo, deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB), no entanto, não garantiu a data. “O que ficou acertado foi que se votássemos até o dia 4 o pagamento do 13o seria feito e o salário será colocado em dia. Se será esse ano ou não, o governo dará um posicionamento”, afirmou.
O presidente da Assembleia, Agostinho Patrus, afirmou que a Casa entregou um projeto melhor do que o que foi apresentado por Zema. “O que a Assembleia fez foi resguardar o direito dos mineiros, que são os acionistas da Codemig”, disse. A expectativa, segundo o presidente da Casa, é que o Executivo sancione o texto na íntegra, para não criar dificuldades para a realização da operação na bolsa de valores. Patrus disse considerar preocupante a operação, mas ressaltou que ela é necessária diante da situação de calamidade financeira do estado.