O secretário dos Direitos Humanos e Participação Popular em exercício no Maranhão, Jonata Galvão, afirmou neste domingo, 8, que o governo federal deveria adotar medidas efetivas para proteger os territórios indígenas do Estado, e não agir apenas após os ataques acontecerem. "São só respostas reativas às barbaridades que têm acontecido. Queremos saber se o governo federal vai ficar reativo aos atentados ou se vai estruturar uma medida concreta e agir para combater esses crimes", disse ele, após o segundo ataque com mortes de indígenas em menos de 40 dias no Maranhão.
No sábado, dois índios da etnia guajajara - Raimundo Guajajara e Firmino Guajajara - morreram após uma emboscada no município de Jenipapo dos Vieiras, no Maranhão, a 500 quilômetros ao sul da capital São Luís. Outros dois ficaram feridos. Em 1º de novembro, Paulo Paulino Guajajara foi morto em um ataque na Terra Indígena Arariboia (MA), quando realizava uma ronda contra invasões. O Planalto informou que não comentaria as críticas de Galvão.
"Não temos medidas efetivas do ponto de vista da proteção no âmbito federal dentro das terras indígenas no Estado do Maranhão. Os territórios indígenas no Brasil e no Maranhão estão pedindo socorro", afirmou Galvão à reportagem.
O secretário informou que o governo maranhense enviou ofícios para pedir ajuda na proteção aos indígenas ameaçados ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, mas não obteve resposta. "Quando fazemos um pedido desse, estamos afirmando categoricamente que existem áreas com extrema vulnerabilidade, com risco de morte e seria importante que o governo federal pudesse dar uma resposta".
Segundo ele, o Estado criou uma força-tarefa para garantir a segurança dos índios, mas precisa de autorização da União por se tratar de uma área indígena.
No sábado, 7, Moro afirmou que avaliaria a viabilidade do envio de uma equipe da Força Nacional à região. Neste domingo, a Polícia Federal fez reuniões com funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Militar e Governo do Estado do Maranhão "a fim de elaborar estratégias de busca e policiamento ostensivo na região". Ainda segundo a Funai, uma base de apoio que já estava prevista foi montada pela polícia Rodoviária Federal na estrada onde ocorreu o crime.
Ainda não foram divulgadas informações sobre a autoria e a motivação do ataque aos indígenas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.