A atual gestão da Prefeitura de Santa Luzia, liderada pelo prefeito Christiano Xavier (PSD), apresentou, na tarde desta segunda-feira, uma denúncia contra administrações passadas. Elas teriam lesado os cofres públicos em R$ 173 milhões entre janeiro de 2016 e junho de 2018. Segundo o Executivo da cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, 26 processos dessas outras gestões apresentam "fortes indícios de irregularidades e de crimes praticados contra a administração pública".
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Denúncia da Prefeitura de Santa Luzia contra administrações passadasCâmara de Santa Luzia arquiva processo de impeachment contra prefeitoPedido de vista adia votação do processo de impeachment do prefeito de Santa LuziaCartazes, gritos e segurança reforçada: apresentação de relatório que pode levar ao impeachment do prefeito de Santa Luzia esquenta CâmaraVereadores de Santa Luzia registram boletim de ocorrência contra prefeito por suposta ameaçaEm entrevista, Haddad fala da possibilidade de concorrer em 2020No período apurado, a gestão municipal teve sete mudanças devido a escândalos político-administrativos. Passaram pelo cargo de chefe do Executivo Roseli Pimentel (PSB - então prefeita), Fernando César (PRB - então vice-prefeito) e Sandro Coelho (PSB - então presidente da Câmara Municipal de Santa Luzia), todos por duas vezes, até chegar em Christiano.
O atual prefeito evitou indicar os responsáveis pelas ações suspeitas. Por outro lado, Christiano deixou claro que outras denúncias ainda podem ser apresentadas.
"São mais procedimentos irregulares do que esses, e nossa capacidade produtiva é limitada e a gente vai apurando de acordo com a nossa capacidade de poder solucionar e encaminhar aos órgãos necessários. Fizemos e faremos isso concomitantemente ao trabalho realizado pela nossa gestão. Sobre responsáveis, cabe aos órgãos medir o ordenador de cada despesa, foge do nosso trabalho", complementou.
Christiano Xavier explicou que a quantia do rombo ao cofre municipal pode ser considerado alto. "É um valor financeiro muito alto, principalmente se levarmos em consideração que a nossa arrecadação anual gira em torno de R$ 430 milhões".
A reportagem tentou contato com Roseli Pimentel, Fernando César e Sandro Coelho, mas ainda não conseguiu.
Veja, abaixo, as irregularidades identificadas pela prefeitura:
Utilização de servidores terceirizados para campanha eleitoral e crime de caixa 2;
Uso de equipamentos públicos em campanha eleitoral;
Produtos pagos e não fornecidos;
Produtos e serviços provenientes de contratos superfaturados;
Mesmo endereço para tipos de fornecedores diversos;
Funcionários fantasmas;
Paramentos fora da ordem cronológica para atender interesses pessoais e crimes de abuso de poder político;
Indícios de superfaturamento em aquisição de materiais e uniformes escolares; locação de veículos, terceirização de mão de obra e de manutenção de iluminação pública;
Contratação de programas de computadores fornecidos para a secretaria de educação com altos custos e desconhecidos pelos profissionais da área;
Uso irregular de verba vinculada da educação para pagamento de verbas-prêmio a servidores;
Empresas fantasma ("de fachada");
Pagamentos de Organização Social (OS) prestando serviços de forma irregular;
Processos licitatórios sem devidas formalidades legais e trâmites de fase interna.