Para a maioria dos brasileiros, a soltura do ex-presidente Lula (PT) no início de novembro foi justa. A conclusão é de uma pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta terça-feira (10).
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Preso em 7 de abril de 2018, Lula foi solto 580 dias depois, em 8 de novembro deste ano. O ex-presidente foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP), processo que ainda está em tramitação. A liberação do petista foi possível graças à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que reconheceu o direito constitucional dos réus de recorrer em liberdade até o julgamento do último recurso. Enquadrado pela Lei da Ficha Limpa, Lula segue impedido de disputar eleições.
O Instituto Datafolha também questionou a confiança dos entrevistados nas declarações do ex-presidente. Os que afirmam não confiar nunca somam 37%, enquanto 25% dizem que sempre confiam. Já 36% revelaram confiar as vezes.
A avaliação do presidente Jair Bolsonaro foi menos favorável nesse quesito, pois 43% dos entrevistados disseram nunca confiar no que o mandatário diz, ante 19% que sempre confiam. Afirmaram confiar às vezes 37%.
Perfil
De acordo com o Datafolha, o apoio a Lula é maior entre jovens e menos escolarizados. Entre os entrevistados de 16 a 24 anos que cursaram até o Ensino Fundamental, a aprovação da soltura do político chega a 61%. Nos segmentos de alta renda, os números desenham outro cenário. A reprovação à libertação é de 59% entre pessoas com renda salarial mensal acima de dez salários mínimos.
No recorte por regiões, o levantamento apoio maior suporte ao petista no Nordeste, onde a liberação do político foi considerada justa por 71% entrevistados. Tanto no Sul, quanto no Sudeste, sobressai o entendimento de que a saída de Lula da prisão é injusta: 49% concordam com a libertação, enquanto 47% discordam.