O presidente da Câmara de Itaúna, vereador Alexandre Campos (MDB), e o gerente administrativo e financeiro, Jean Carlos Silva, foram afastados cautelarmente dos cargos, nesta terça-feira (10), durante a Operação Carona Sinistra. Eles são suspeitos de fraudar procedimento licitatório, peculato, desvio e associação criminosa.
As investigações tiveram início em fevereiro deste ano e apuram direcionamento na licitação para contratar agência de publicidade e superfaturamento na veiculação de anúncios em dois jornais da cidade. De acordo com o promotor Ângelo Ansanelli, a Câmara pagava a eles valores fora do praticado no mercado.
Outra irregularidade apontada por Ansanelli é o fato de a agência e de um dos jornais serem, na época, de propriedades de uma única pessoa. “Então, ela lucrava como agência e como jornal”, explicou o promotor, que apura também a possível divisão dos valores pagos entre os envolvidos.
Seis pessoas foram alvos da operação de hoje. Além do vereador e o servidor do Legislativo, também são investigados Renilton Gonçalves, proprietário do jornal Folha do Povo; Magna Teixeira Lima, apontada como laranja do proprietário do jornal Folha do Povo; Luciene Alves Silva, proprietária da PeL Publicidade e Propaganda; e Silmar Moreira de Faria, ex-secretário de Planejamento e irmão do atual prefeito, Neider Moreira.
Em nota, o presidente interino do Legislativo, Hudson Rodrigues afirmou que acatará a ordem judicial imposta e oficializará o afastamento do vereador e do servidor. Ele também vai convocar o suplente para assumir a cadeira. Os demais envolvidos não se posicionaram sobre o caso até o fechamento desta matéria.
A operação
Na operação foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão relacionados aos seis alvos da operação, nas residências e endereços profissionais dos investigados, incluindo gabinete da Câmara Municipal.
Nas casas do investigados foram apreendidos cerca de R$ 175 mil em cheques, R$ 800 em dinheiro, notas promissórias, contratos, agendas com informações diversas, documentos, cinco computadores, dois notebooks, um tablet, um CPU, um microcomputador, três HDs externos, cinco unidades de CD, dois pen drives e nove telefones celulares.
A ação foi deflagrada pelo Ministério Público por intermédio da Promotoria do Patrimônio Público de Itaúna e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Regional de Divinópolis, com o apoio da Polícia Militar e da Polícia Civil.
(Amanda Quintiliano, especial para o EM)