O ministro da Educação, Abraham Weintraub, voltou a afirmar que há plantações de maconha dentro das universidades federais nesta quarta-feira (11/12) durante a sua apresentação na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. O ministro foi convocado para dar explicações sobre declaração dada à imprensa de que nas universidades federais há extensivas plantações da droga.
Após voltar a afirmar que há a evidência dessas plantações em diversas universidades públicas, Weintraub disse que a Polícia Militar precisa poder entrar no campus dessas instituições para interromper essa situação. “As universidades estão doentes e pedindo nosso socorro. Eu sou 100% a favor da autonomia universitária de pesquisa e ensino. Pode ensinar e pesquisar o que você quiser. Agora roubo, estupro e consumo de drogas ilícitas não pode ter e a Política Militar tem que entrar nos campus”, disse.
Durante a maior parte de sua apresentação inicial, o ministro exibiu diversas reportagens sobre a plantação e consumo de drogas dentro das universidades. Uma delas, de abril de 2007, mostrava a prisão de três pessoas suspeitas de cultivar maconha dentro da Universidade de Brasília. “Esse é um material que eu encontrei na internet. É um trabalho que eu fiz. Eu a noite selecionei esses vídeos para mostrar para os senhores a gravidade da situação”, explicou o ministro.
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Para Weintraub, o problema das plantações dentro do campus das universidades é o que elas refletem. “O problema não é a plantação em si, é o que ela reflete. As plantações são reflexo do consumo exagerado e fora de controle de drogas nas faculdades”, pontuou.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes) entrou na Justiça para pedir que o ministro da Educação explicasse as alegações que indicam a existência de plantações de drogas dentro nas universidades federais brasileiras.
Clima tenso
Como já era esperado, o clima da audiência pública já começou tenso. Durante a exibição do primeiro vídeo exposto pelo ministro, parlamentares da oposição reclamaram. O deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ) afirmou ser grave e lamentável ter que ouvir o ministro falar sobre este tema diante da crise vivida na educação.
“Eu entendo que há convocação tem uma pauta. Eu tenho 20 anos em sala de aula como professor e se a pauta vai ser exclusivamente essa diante de tudo que está se passando com a educação no Brasil...É um desrespeito tão profundo com a educação que eu estou me retirando porque tenho mais o que fazer da minha vida do que ouvir o ministro falar sobre isso”, disse.
Parlamentares de direita aplaudiram a saída de Freixo do plenário em que acontecia a audiência. Weintraub respondeu o deputado. “Eu estou a disposição para vir aqui debater a educação. Sempre estive. Inclusive convidei o senhor várias vezes para ir ao MEC. Eu fui convocado pelo senhores, pela oposição e pelo seu partido para debater isso”, respondeu.