O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta sexta-feira (13/12) que vai insistir para ter o jornalista Sérgio Camargo de volta na presidência da Palmares. Por meio das redes sociais, ele ressaltou que a suspensão de nomeação ocorreu unicamente por decisão da Justiça.
“O afastamento de Sérgio Camargo da Fundação Cultural Palmares se deu por causa de decisão judicial. Caso nosso recurso seja vitorioso, eu o reconduzirei à presidência da Fundação”, escreveu o chefe do Executivo. A declaração foi postada acompanhada de um vídeo em que Camargo reafirma que o Dia da Consciência Negra tem que acabar. “Isso não é uma data do negro, é uma data de minorias empoderadas pela esquerda, que propagam ódio, ressentimento e divisão racial”, disse.
Anteriormente, Bolsonaro já havia defendido a indicação de Sérgio para a pasta:
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O jornalista foi nomeado no dia 27 de novembro para chefiar a Fundação Palmares, criada para defender e fomentar a cultura e manifestações afro-brasileiras. A escolha do nome, no entanto, gerou polêmica uma vez que o mesmo costumava utilizar as redes sociais para desferir comentários racistas.
Ele disse que “não existe racismo real”, se posicionou contra o dia da Consciência Negra e declarou ainda que a escravidão foi boa porque negros viveriam em condições melhores no Brasil do que no continente africano. Ele defendeu também a extinção do feriado por decreto, porque, segundo ele, causaria “incalculáveis perdas à economia do país” ao homenagear quem ele chamou de um “um falso herói dos negros”, Zumbi dos Palmares.
No dia 4 de dezembro, o juiz federal substituto Emanuel José Matias Guerra, da 18ª Vara Federal de Sobral (CE), suspendeu o ato afirmando que a nomeação "contraria frontalmente os motivos determinantes para a criação" da Fundação Palmares e põe a instituição "em sério risco", visto que a gestão pode entrar em "rota de colisão com os princípios constitucional da equidade, da valorização do negro e da proteção da cultura afro-brasileira".