Um abaixo-assinado de apoio a projeto de lei de iniciativa popular – organizado por um grupo de moradores da cidade de Reduto, na Zona da Mata – sugere que os vereadores recebam um salário mínimo como teto para o subsídio mensal. Atualmente, os nove vereadores têm salário de R$ 3.503,91 – ou 3,5 vezes maior que o salário mínimo vigente no país, de R$ 998 –, para apenas dois dias de trabalho por mês.
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Cúpula da segurança pede à ALMG aprovação de novos salários em 2020Governo de Minas anuncia salários em parcela única na área da segurançaVereadores rejeitam projeto de lei para igualar seus salários aos de professoresCâmara de São Sebastião do Oeste quer reduzir salário de prefeito, vice e vereadoresCâmara abre processo de cassação contra seis vereadores afastadosPara Eduardo, o principal atrativo de ser um vereador na cidade é o salário alto. “Isso está fora dos padrões de um trabalhador normal. Já com um salário mínimo, as pessoas que forem concorrer ao cargo vão realmente pensar no povo, e não no próprio bolso”, alerta. Com a redução de salário, Eduardo ressalta que a economia pode chegar a mais de R$ 200 mil por ano.
De acordo com um dos organizadores da ação, o advogado Abraão Lopes Ferreira, de 30, o salário do vereador é incompatível com a realidade da cidade, de apenas 7.105 habitantes, já que são somente duas sessões mensais. “Nós não temos representatividade, há vereadores que estão lá há 15 anos e usam a máquina pública para se eleger”, ressalta.
O presidente da Câmara, Ailton Robadel de Souza (PV), concorda que é direito do cidadão questionar, mas aponta que é apenas um pequeno grupo que faz oposição. Segundo o parlamentar – que está em seu segundo mandato consecutivo e também trabalha como motorista na prefeitura –, a Câmara vem reduzindo gastos, já cortou o 13º salário e, no dia a dia, o vereador está perto do povo e isso tem custo. “Para mim, isso tudo é demagogia”, afirma Ailton Rodabel.