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Estado de Minas

Câmara de Uberlândia: Justiça manda prender 20 dos 27 vereadores

Operação deflagrada por força-tarefa comandada pelo Ministério Público ocorre nesta segunda-feira (16) para cumprir os mandados de prisões e de busca e apreensão


postado em 16/12/2019 10:38 / atualizado em 16/12/2019 15:51

(foto: pt.wikipédia.org)
(foto: pt.wikipédia.org)

A Câmara Municipal de Uberlândia, no Triângulo mineiro, vive uma situação inusitada, a maioria de seus vereadores, 20 dos 27 parlamentares, estão presos ou com prisão decretada pela Justiça. Grande parte ( 17)  por meio de operação deflagrada nesta segunda-feira. Três já haviam sido detidos em outubro passado.

Os parlamentares eleitos em 2016 são alvo de operação do Ministério  Público de Minas Gerais  (MPE) que  investiga desvio de  dinheiro  público - por meio de  verba de gabinete, contratação irregular  de empresa de segurança, de limpeza e de uma gráfica.

O valor total do prejuízo aos cofres públicos ainda não foi divulgado. Só na gráfica, estima-se que o prejuízo gire em torno de R$ 4 milhões.

Bagunça e perplexidade


Na manhã desta  segunda-feira, a reportagem do Estado de Minas conversou  com dois  funcionários da Câmara de Uberlândia, que tem  cerca de 500 servidores, que resumiram como estava o ambiente  na Casa: ' bagunça', disse um, e  ' de perplexidade', completou o outro.

Um dos funcionários contou  que por volta das 6h desta segunda-feira um grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPE, esteve no gabinete do presidente da Câmara MUnicipal, Hélio Ferraz (PSDB), conhecido como o Baiano, e  ''levou  tudo do gabinete", se referindo a computadores, documentos e  outros objetos  apreendidos.

A sede do Legislativo municipal, segundo esse funcionário ouvido pela reportagem, não foi o único local alvo de busca e apreensão na manhã de hoje. Os demais mandados foram cumpridos nas casas dos vereadores, onde eles foram presos, e de outros envolvidos na suspeita de corrupção.

Ao todo foram expedidos pela Justiça 40 mandados de prisão - as identidades dos demais envolvidos, além dos vereadores, não foram divulgadas - e 42 mandados de busca e apreensão.

Segunda operação

A operação  do MPE nesta segunda-feira é o desdobramento de outra realizada em outubro deste ano, batizada de O Poderoso Chefão, que resultou na prisão dos vereadores Alexandre Nogueira (PSD), Juliano Modesto (suspenso do SD) e Wilson Pinheiro (PP), que permanecem afastados dos cargos. Suplentes assumiram as cadeiras desses três vereadores.

Segundo as primeiras informações do Ministério Público Estadual (MPE), Nogueira e Modesto são novamente alvos da operação de hoje. Nogueira estava em liberdade, sob uso de tornozeleira, desde a última sexta-feira (13), data em que a Câmara de Uberlândia entrou em recesso (férias). O Legislativo só voltará a funcionar em 2 de fevereiro do ano que vem.

Confira o nome dos  20 vereadores investigados nesta operação com prisão decretada e/ou presos

  • Alexandre Nogueira (PSD)
  • Ceará (PSC)
  • Doca Mastroiano (PL)
  • Dra. Flavia Carvalho (PDT)
  • Dra. Jussara (PSB)
  • Felipe Felps (PSB)
  • Hélio Ferraz, Baiano (PSDB) - Presidente da Câmara
  • Isac Cruz (Republicanos)
  • Juliano Modesto (SD)
  • Marcio Nobre (PSD)
  • Pâmela Volp (PP)
  • Paulo César PC (SD)
  • Ricardo Santos (PP)
  • Rodi (PL)
  • Roger Dantas (Patriota)
  • Ronaldo Alves (PSC)
  • Silésio Miranda (PT)
  • Vico (Sem Partido)
  • Vilmar Resende (PSB)
  • Wender Marques (PSB)


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