A youtuber Karol Eller, que foi vítima de um ataque homofóbico na última terça-feira, disse em mensagens enviadas para a revista Época, que foi “literalmente espancada” por um agressor identificado como Alexandre da Silva, de 42 anos, em um quiosque no Rio de Janeiro. Ela teve o rosto desfigurado após receber vários socos e pontapés.
“Achei que ia morrer. Estou tomando muitos remédios, com muita dor ainda”, disse ela, que afirmou ter sido xingada com termos homofóbicos.
Em entrevista ao grupo Globo, o agressor diz ter apenas se defendido das agressões que Karol teria feito.
“Foi uma agressão mútua. Ela veio pra cima de mim, drogada. Sabe que uma pessoa drogada fica muito agressiva? Fica muito mais forte? Ela me agrediu e eu a agredi. Foi isso que aconteceu e nada mais. Não a ofendi com palavras de baixo calão. A tratei com muito respeito. Sou pai de família. Não sou homofóbico, não sou esquerdista”, teria dito o homem, em mensagem de áudio enviada para a revista.
Karol nega a versão de legítima defesa. “Alguém que quer só se defender não teria me espancado. Poderia se defender de outras mil formas possíveis. Ele me deu murros na cara, chutou meu rosto. Me deixou desmaiada no chão e fugiu”, disse “Ele assediou minha namorada. Disse palavras de baixo calão pra mim. Me chamou de sapatão. Me provocou dizendo: ‘Você não é homem? Você é muito macho?’. Ele teve sim uma atitude homofóbica”, concluiu a youtuber.
Conhecida por discursos polêmicos contra o movimento LGBT e por participar da campanha eleitoral de Bolsonaro, Karol Eller compartilhava “memes” e posts atacando os lemas e princípios compartilhados pela comunidade. A mineira defende o fim do que ela considera “vitimização por parte de homossexuais” que buscam ações afirmativas do estado para diminuir o preconceito e a violência contra LGBTs.
Em seu perfil, a frase “Se vc for esquerdista chato vaza! Obrigada pela compreensão” está marcada como sua descrição. No YouTube, Karol tem mais de 80 mil inscritos e mais de 3 milhões de visualizações em seu canal, onde ela debate temas de direita.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.