O ano de 2019 marcou o cenário político em Itabira com as prisões do vereador Weverton Júlio de Freitas Limões “Nenzinho” (PMN) e do então diretor administrativo da Câmara, Aílton Francisco de Moraes, o “pastor”. Outro vereador, Agnaldo Vieira Gomes “Enfermeiro” (PRTB), é considerado foragido da Justiça há cinco meses. Os três são acusados da prática conhecida como “rachadinha” e foram detidos preventivamente porque teriam coagido testemunhas ouvidas pela Polícia Civil.
Nenzinho e pastor Ailton foram presos no dia 2 de julho, em suas respectivas casas, e encaminhados para a Delegacia de Polícia Civil. Posteriormente, foram enviados para o Presídio de Itabira, onde cumpriram pena em regime fechado por quatro meses e cinco dias. No local, eles dividiram cela com outros presos. Ao deixar o Presídio, com uma bíblia na mão e na companhia de familiares, Nenzinho afirmou que ia até a última instância para provar sua inocência.
No início de dezembro, no entanto, a juíza da 1ª Vara Criminal de Itabira, Dayane Rey da Silva, condenou Nenzinho e pastor Ailton a seis anos de prisão, em regime semiaberto, cada um, por recebimento de vantagem indevida em razão da função. De acordo com a sentença, o ex-vereador e o ex-diretor obrigavam funcionários da Câmara a devolverem parte do salário para o contratante.
Segundo o Ministério Público, a soma dos descontos efetuados nos salários de dois comissionados constrangidos pelos autores é de R$ 89.646,46. A denúncia foi acatada pela juíza, os valores descontados eram destinados à mulher de Ailton, Marilene Cristina, que prestava serviço voluntário. Ela foi condenada a um ano de detenção e cinco meses em regime aberto. Por ser primária e ter confessado, sua pena foi transformada em prestação de serviços à comunidade e pagamento de um salário mínimo a uma instituição assistencial. Todos recorrerem da sentença e permanecem em liberdade.
Foragido
No dia 12 de julho, a Justiça determinou a prisão preventiva de Agnaldo “Enfermeiro”, pelo mesmo motivo. No entanto, ele não comparecia às reuniões da Câmara há cerca de três semanas antes da prisão de Nenzinho e pastor Ailton. Sua ausência era justificada através de atestados médicos. Dias depois após ter a prisão decretada, investigadores da Polícia Civil estiveram no Legislativo a procura de Agnaldo Enfermeiro. O parlamentar, no entanto, não foi encontrado e permanece foragido.
Suplentes convocados
Por conta das denúncias, a presidência da Câmara de Itabira exonerou o pastor Aílton da direção do Legislativo, no mesmo dia da sua prisão. Em seu lugar assumiu o advogado Edson Renato de Souza. Os vereadores Nenzinho e Enfermeiro também foram afastados do cargo. No dia 25 de julho os suplentes José Júlio Rodrigues (PP) e Luciano Gonçalves dos Reis (PRTB) assumiram as cadeiras.